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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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— Não pense a senhora que eu trouxe to<strong>do</strong>s vocês pra cá pensan<strong>do</strong> no meu<br />

remédio...<br />

— Não precisa se explicar, sargento. Não precisa.<br />

— Eu só trouxe vocês para cá porque conhecia o hospital, precisei vir uma dúzia de<br />

vezes aqui desde que começou meu tratamento.<br />

— Cássio Porto, estou dizen<strong>do</strong> que não precisa se explicar. Você já provou seu<br />

caráter ao conseguir trazer toda essa gente de uma vez para cá. Agora é nossa vez de<br />

retribuir. Os solda<strong>do</strong>s estão patrulhan<strong>do</strong> a área, estão vigilantes, você precisa se poupar.<br />

Cássio ficou cala<strong>do</strong>. Não era acostuma<strong>do</strong> a palavras cordiais de agradecimento e de<br />

enaltecimento, e aquele zelo só recebia da irmã.<br />

— A primeira coisa que faremos amanhã é uma bateria de exames de sangue. Preciso<br />

saber como você está e sua carga viral.<br />

— Estava zero no último exame.<br />

— Não adianta, Cássio. Vamos começar a avaliar tu<strong>do</strong> de novo. Você já está há um<br />

ou <strong>do</strong>is dias sem o remédio. Não pode ficar assim.<br />

— Eu fiquei com me<strong>do</strong> de tomar os antibióticos que vocês me deram por causa da<br />

minha excursão na merda.<br />

Suzana sorriu.<br />

— Não se preocupe com isso. Não vai lhe fazer mal. Você parece bem. Teve febre<br />

ontem ou hoje?<br />

— Não que eu notasse.<br />

Suzana levantou-se e deu um abraço aperta<strong>do</strong> no sargento, terminan<strong>do</strong> com um beijo<br />

em seu rosto.<br />

— Doutora...<br />

— Não se preocupe. Esse será o nosso segre<strong>do</strong>. Meu, seu... e <strong>do</strong> <strong>do</strong>utor Otávio,<br />

provavelmente. Ou da <strong>do</strong>utora Jéssica. Vou precisar de gente da área envolvida. Você vai<br />

ter que se habituar a isso.<br />

— Talvez os médicos <strong>do</strong> laboratório de imunologia apareçam.<br />

— Não vamos ficar senta<strong>do</strong>s esperan<strong>do</strong>, não é?<br />

Cássio e Suzana desceram, e o sargento escoltou a médica até o prédio 2, onde o<br />

pessoal da saúde tinha si<strong>do</strong> aloca<strong>do</strong> com os pacientes mais graves.<br />

— Posso ver minha irmã?<br />

— Claro, meu amigo. Venha, vou te levar até ela.<br />

Os <strong>do</strong>is começaram a subir a escadaria e, no segun<strong>do</strong> andar, partiram por um<br />

corre<strong>do</strong>r de azulejos brancos, farto em portas de quartos. Papéis improvisa<strong>do</strong>s nas portas<br />

davam conta <strong>do</strong> nome <strong>do</strong>s pacientes ocupantes. Diante de uma das portas eles pararam.

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