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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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olhou para Graziano, o homem estava cerca<strong>do</strong> por uma pilha de corpos que não parava<br />

de aumentar. Os monstros tinham um inimigo à altura.<br />

Cássio, ainda toma<strong>do</strong> por aquele espetáculo macabro, escutou um grito fino e<br />

distante. Alguma das mulheres estava fora <strong>do</strong> alojamento e lutan<strong>do</strong> pela vida no meio <strong>do</strong>s<br />

vampiros. Cássio pensou em sua irmã e disparou naquela direção imediatamente.<br />

Raquel, que caminhava determinada até Breno, estacou, cativa de um o<strong>do</strong>r mágico<br />

que chegava às suas narinas. Ele vinha de perto. Muito perto. Raquel sentiu o corpo<br />

estremecer. Aquele cheiro era poderoso demais para ser ignora<strong>do</strong>. Mesmo com o<br />

pequeno Breno se distancian<strong>do</strong> cada vez mais, in<strong>do</strong> cada vez mais para perto <strong>do</strong> perigoso<br />

cerco a Chiara, ela não pôde lutar contra seus novos instintos. Deitou o corpo de Pedro<br />

sobre o grama<strong>do</strong> em que estava, a poucos metros da cerca pela qual pularia e fugiria dali.<br />

Olhou para o corpo páli<strong>do</strong> e inerte <strong>do</strong> filho mais velho e passou a mão em seu rosto. O<br />

sangue saía da bandagem que envolvia sua cabeça enfaixada. Levou o de<strong>do</strong> indica<strong>do</strong>r até<br />

a gota mais grossa que escorrera da altura da orelha <strong>do</strong> jovem e descera para sua nuca.<br />

Raquel lambeu o sangue de Pedro e sentiu to<strong>do</strong>s os seus senti<strong>do</strong>s se ouriçarem. Como era<br />

bom aquele sabor. Como era convidativo. Raquel começou a tremer e se colocou de pé,<br />

afastan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> filho. Não podia deixá-lo vulnerável, ali, no chão, já que um <strong>do</strong>s<br />

vampiros desgarra<strong>do</strong>s poderia chegar e tomar aquele líqui<strong>do</strong> maravilhoso. Ela não podia<br />

gostar <strong>do</strong> sangue de Pedro como gostava. Era o sangue de seu filho. Era sangue proibi<strong>do</strong><br />

para suas entranhas. Raquel olhou para o pátio adiante, ven<strong>do</strong> Breno se aproximar <strong>do</strong><br />

perigo. Ela tinha que lutar pelos <strong>do</strong>is filhos que estavam corren<strong>do</strong> perigo. Um perigo que<br />

ela tinha trazi<strong>do</strong> até ali. Um perigo que ela tinha cria<strong>do</strong>, mas ela simplesmente não<br />

conseguia se afastar de Pedro, com me<strong>do</strong> de perdê-lo mais uma vez ou cativa daquela<br />

fragrância amaldiçoada que escapava de seu sangue.<br />

Chiara, ouvin<strong>do</strong> Breno chamá-la, correu até o garoto, agora perseguida por mais <strong>do</strong>is<br />

vampiros, além <strong>do</strong> cabelu<strong>do</strong> e da criança. Chiara alcançou o pequeno e agarrou sua mão,<br />

mudan<strong>do</strong> a direção da corrida para onde tinha escuta<strong>do</strong> disparos de armas de fogo e o<br />

trotar de cavalos. Certamente os policiais da cavalaria estavam lutan<strong>do</strong> com outros<br />

vampiros, mas ir ao encontro deles parecia ser sua única chance de salvação, chance que<br />

ela não conseguiria comprovar, uma vez que o cabelu<strong>do</strong> novamente surgiu à sua frente e<br />

empurrou-a com força contra o chão, tiran<strong>do</strong> <strong>do</strong> caminho e agarran<strong>do</strong> Breno pelo<br />

pescoço.<br />

— Ora, ora, olha o que temos aqui? Mais uma deliciosa porção de sangue. Vivi, veja

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