19.04.2013 Views

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

negra, com uniforme cinza, patentes de cabo, que prestou continência assim que o<br />

sargento foi em sua direção. Cássio retribuiu a continência e estendeu a mão para<br />

cumprimentá-la.<br />

— Você não estava aqui de manhã quan<strong>do</strong> passei.<br />

— Eu vim para cá depois <strong>do</strong> amanhecer, eram umas oito quan<strong>do</strong> cheguei.<br />

— Você é de qual batalhão?<br />

— Do 16o, Rio Pequeno, 3a Companhia.<br />

— E como estão as coisas por lá?<br />

— Nada boas. O comandante está tentan<strong>do</strong> manter o patrulhamento e a segurança <strong>do</strong><br />

comércio local, mas muitos <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s não apareceram esta manhã. Pedi dispensa para<br />

vir ver meus pais que moram aqui perto — explicou a militar. — Encontrei minha mãe<br />

a<strong>do</strong>rmecida em casa e o meu pai assusta<strong>do</strong>.<br />

— Eu estou organizan<strong>do</strong> um grupo para deixar a cidade. Precisamos nos reagrupar<br />

fora desta loucura.<br />

A cabo olhou para Cássio e de volta para as cocheiras.<br />

— Meus pais podem ir também?<br />

Cássio balançou a cabeça em sinal positivo. Olhou para o peito da militar, que trazia<br />

o nome Ramalho.<br />

— Qual o seu nome?<br />

— Zoraide, sargento.<br />

— Pode me chamar de Porto.<br />

Um senhor aparentan<strong>do</strong> uns oitenta anos apareceu na porta de uma das cocheiras, ele<br />

andava encurva<strong>do</strong> e colocou a mão em concha acima <strong>do</strong>s olhos, protegen<strong>do</strong>-os da<br />

claridade.<br />

— Eu ia levar minha mãe para o Hospital das Clínicas, mas me disseram que lá não<br />

estão aceitan<strong>do</strong> mais pacientes, depois vi o papel que jogaram <strong>do</strong> céu. Eu trouxe eles para<br />

cá, achei que ia ser um lugar seguro para esperar, mas quan<strong>do</strong> cheguei aqui fiquei sem<br />

saber o que fazer. Não sei se volto para casa ou para a casa deles.<br />

— Você disse que eles moram aqui perto, não é?<br />

— Exato.<br />

— Não fique na cidade. Vai ser perigoso essa noite.<br />

— Perigoso por causa das pessoas transformadas?<br />

— Isso mesmo, Ramalho. Ainda não sabemos quantas pessoas ficaram assim, mas são<br />

muitas.<br />

Cássio olhou para o la<strong>do</strong> direito, ven<strong>do</strong> Graziano se aproximar de outro militar.<br />

— Aquele é o...

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!