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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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curativos. Ela também já tinha cuida<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu corte no ombro e de outras pequenas<br />

escoriações. Acabou aguentan<strong>do</strong> uma picada para uma anestesia local no pulso, onde<br />

precisou tomar <strong>do</strong>is pontos numa das mordidas que tinha recebi<strong>do</strong> pela boca <strong>do</strong> vampiro<br />

cabelu<strong>do</strong>. Fora a <strong>do</strong>r, estava tu<strong>do</strong> bem. O que a preocupava, de verdade, era Pedro. O<br />

namora<strong>do</strong> sangrara quan<strong>do</strong> foi carrega<strong>do</strong> sobre o ombro da mãe para o la<strong>do</strong> de fora <strong>do</strong><br />

hospital. Chiara chegou a sentir um frio na barriga por conta da cara séria que o médico<br />

fez desde que começou a cuidar de Pedro. O dr. Otávio lamentava não ter como fazer<br />

exames de imagem e tinha fica<strong>do</strong> um tempo dana<strong>do</strong> escutan<strong>do</strong> o coração de Pedro,<br />

olhan<strong>do</strong> sua pupilas, apalpan<strong>do</strong> seu abdômen e voltan<strong>do</strong> a olhar para os olhos <strong>do</strong> garoto.<br />

Percebia que o médico estava desconfortável com a situação.<br />

— Aparentemente ele está bem, Chiara. Sem radiografias e ressonância eu me sinto<br />

de mãos atadas. Ele não está apresentan<strong>do</strong> inchaço no ferimento da cabeça, o que é um<br />

ótimo sinal. As pupilas respondem, o sangramento parou. Parece que está só <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>,<br />

como to<strong>do</strong>s os outros. Vamos esperar o melhor.<br />

— Eu posso ficar aqui, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> dele? Não quero sair de perto dele.<br />

O médico pousou a mão na cabeça da a<strong>do</strong>lescente e assentiu com a cabeça.<br />

— Fique aqui. É um favor que me faz. Estamos sem o pessoal adequa<strong>do</strong>, seria muito<br />

bom alguém vigiá-lo até amanhecer, só por segurança.<br />

— Eu fico. Quantas noites precisar.<br />

Otávio despediu-se da menina, in<strong>do</strong> para o paciente <strong>do</strong> la<strong>do</strong>, um <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s feri<strong>do</strong>s<br />

no combate.<br />

Ikeda e Castro já tinham si<strong>do</strong> atendi<strong>do</strong>s pelo <strong>do</strong>utor Elias e conversavam, fazen<strong>do</strong><br />

piadas um com o outro e alegran<strong>do</strong> a sala iluminada pelo vaivém de lanternas.<br />

Chiara, em posse de uma das lanternas, apontou-a para o rosto <strong>do</strong> namora<strong>do</strong>. Ela não<br />

conseguiu conter uma lágrima, que desceu pela face. Um sentimento misto, agri<strong>do</strong>ce,<br />

corroía seu peito. Estava feliz por ele estar ali, estava triste por ele ainda sofrer com o<br />

ferimento na cabeça. Abaixou a cabeça e apertou os olhos, fazen<strong>do</strong> mais duas lágrimas<br />

correrem por sua pele.<br />

— Ei — murmurou uma voz fraca.<br />

Chiara, com o coração dispara<strong>do</strong> pelo timbre daquela voz conhecida, levantou o<br />

rosto para o leito. Pedro estava com os olhos abertos!<br />

— Enxuga essas lágrimas aí, garota. Não gosto de menina molenga — sussurrou o<br />

rapaz, com a voz baixa e rouca.<br />

— Pedro! — gritou Chiara, saltan<strong>do</strong> para perto <strong>do</strong> namora<strong>do</strong>.<br />

Chiara não se conteve e o abraçou. Pedro, ainda enfraqueci<strong>do</strong>, ergueu os braços e<br />

retribuiu o aperto terno da namorada.

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