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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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oliche. Aí, se derrubar tu<strong>do</strong> na primeira, é strike, marca um xizinho no painel.<br />

— Ah! Um xizinho...<br />

— Para de tirar onda, amor. Vamos lá que eu te explico.<br />

— Vamos, marca aí com a Dora e o chato <strong>do</strong> Carlito.<br />

— Não. A gente vai com a sua irmã, a Regina. Ela está precisan<strong>do</strong> se desentocar<br />

daquele apartamento. Cre<strong>do</strong>! Não sei como mulher fica assim por causa de homem.<br />

Everal<strong>do</strong> riu <strong>do</strong> comentário da esposa.<br />

— A Dora e o Carlito já tiraram até passaporte para viajar. Uma graça.<br />

— E desde quan<strong>do</strong> precisa de passaporte para ir para Bariloche?<br />

— Ai, eu sei que não precisa. Mas eles querem viver uma viagem internacional,<br />

entende?<br />

— Argentina, Isis. Me poupe! Quem aqui em Foz nunca foi para a Argentina?<br />

Paraguai?<br />

— Deixa de ser chato, Everal<strong>do</strong>. Você tá parecen<strong>do</strong> o seu Medeiros aí. Tá<br />

conviven<strong>do</strong> muito com ele.<br />

— Fazer o quê, Isis? Preciso <strong>do</strong> adicional noturno para continuar nossa poupança.<br />

— Eu queria tanto ir para Bariloche com a Dora. Bem que a gente podia ir, né? De<br />

lua de mel.<br />

— Deve ser a quinta lua de mel, já. Como você mesma diz: uma graça.<br />

— Eu nunca vi neve, Everal<strong>do</strong>!<br />

— Eu raspo o congela<strong>do</strong>r da sua mãe <strong>do</strong>mingo que vem e te <strong>do</strong>u um pouco de neve.<br />

— Sem graça! Agora, falan<strong>do</strong> sério, faz anos que a gente não viaja nas férias. Suas<br />

férias serão bem nas minhas férias da faculdade e bem na época em que a Dora e o<br />

Carlito vão. Eles conseguiram descontos especiais.<br />

— Não vem com esse papinho, não, <strong>do</strong>na Isis. Faz só <strong>do</strong>is anos que a gente não viaja.<br />

E quan<strong>do</strong> eu comecei a economizar você foi super a favor.<br />

— Mas você quer esse dinheiro para comprar uma lancha!<br />

— Uma lancha pra navegar no rio Paraná, coisa que você a<strong>do</strong>ra.<br />

— A<strong>do</strong>rava, mas agora eu quero viajar. Só dessa vez, vai...<br />

— Não, filha, eu ce<strong>do</strong> dessa vez, aí vem outra vez, eu te conheço.<br />

— Não me chama de filha, você sabe que eu não gosto.<br />

— Filha, pela primeira vez depois de seis anos de casa<strong>do</strong> eu estou conseguin<strong>do</strong> ver<br />

dinheiro na conta e você já quer usurpar tu<strong>do</strong>.<br />

— Ai, Everal<strong>do</strong>! Tu<strong>do</strong> para você é dinheiro, dinheiro! Eu peço pra minha mãe pagar<br />

a viagem, se for o caso.<br />

— Ah, Isis! Pede então! Pede dinheiro pra sua mãe pra suas besteiras e coisas de guria

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