19.04.2013 Views

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Cássio e Graziano ainda deixavam a improvisada estrebaria. O sargento tinha mata<strong>do</strong><br />

saudades de sua fiel companheira de cavalgadas e missões, afagan<strong>do</strong>-lhe a crina e o<br />

pescoço. Por um momento os cavalos começaram a se agitar, fazen<strong>do</strong> os amigos<br />

estranharem o bater de cascos e o balançar das cabeças. Tinham i<strong>do</strong> para fora e olha<strong>do</strong><br />

para a escuridão, sem nada enxergar, achan<strong>do</strong> que os cavalos se agitavam por conta <strong>do</strong>s<br />

relâmpagos estouran<strong>do</strong> nas nuvens a quilômetros e quilômetros de distância.<br />

— Sargento, preciso te mostrar uma coisa que achei.<br />

A estrebaria tinha si<strong>do</strong> improvisada num pequeno galpão logo atrás <strong>do</strong> prédio alto de<br />

um andar só que Cássio já tinha visto e nota<strong>do</strong> anteriormente. Sabia que aquele prédio<br />

também era um imenso galpão; para a que tantos galpões seriam usa<strong>do</strong>s naquele<br />

complexo hospitalar era um mistério.<br />

O prédio ficava a uns cento e cinquenta metros para a frente da estrebaria, e o<br />

caminho era ilumina<strong>do</strong> pela lanterna trazida por Graziano. O cabo indicou a parte de<br />

trás <strong>do</strong> galpão onde havia uma pequena porta, bem diferente da entrada frontal que era<br />

até imponente.<br />

— Dan<strong>do</strong> a minha ronda aqui com o Chico a gente veio xeretar.<br />

Entraram pela porta <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s, a luz vagan<strong>do</strong> pelos azulejos.<br />

— E não sei se você sabe, Porto, mas quan<strong>do</strong> eu xereto, eu xereto pra valer.<br />

— O que tem aqui?<br />

— Calma, você já vai ver, sargento.<br />

— Não precisa me chamar de sargento o tempo to<strong>do</strong>, Rossi.<br />

— Ué, vou te chamar de quê, então? Meu bem? Hahahaha!<br />

Cássio riu da piada e não respondeu. Só pensou: “Bem que eu merecia”.<br />

— Vem até aqui, sargento.<br />

Cássio parou onde Graziano indicou, fican<strong>do</strong> bem perto <strong>do</strong> outro. Cássio sentiu um<br />

embrulho no estômago. Uma vontade imensa de contar a Graziano tu<strong>do</strong> o que sentia, ali,<br />

sozinhos.<br />

Então o som de uma portinhola metálica se abrin<strong>do</strong> foi revela<strong>do</strong> por um rangi<strong>do</strong>.<br />

Depois uma série de estalos de disjuntores sen<strong>do</strong> ativa<strong>do</strong>s.<br />

— O que você está fazen<strong>do</strong>, Rossi?<br />

— Sshhhh!<br />

Depois de uns cinco segun<strong>do</strong>s de uma eterna demora, luzes começaram a acender no<br />

teto daquela sala e um eleva<strong>do</strong>r disparou sua campainha, abrin<strong>do</strong> uma porta, revelan<strong>do</strong><br />

um carro largo e compri<strong>do</strong>, grande o suficiente para duas macas.<br />

— Mas que diabos é isso?<br />

— O eleva<strong>do</strong>r? Isso não é nada, vem até aqui.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!