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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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sugeriu Douglas.<br />

— Eles estão respiran<strong>do</strong>, têm pulso, mas parecem estar em algum tipo de coma.<br />

— Então é intoxicação, cara. Não podemos ficar aqui para<strong>do</strong>s.<br />

— Renan, quanto tempo você leva para descer essa escadaria toda?<br />

— Nunca cronometrei, mas eu desço rápi<strong>do</strong> pra caramba, tio. Já cheguei antes <strong>do</strong><br />

eleva<strong>do</strong>r um monte de vezes.<br />

— Pega um caderno e uma caneta, rápi<strong>do</strong>.<br />

O garoto disparou pelo corre<strong>do</strong>r e logo voltou com o pedi<strong>do</strong>.<br />

— Vamos fazer à moda antiga — disse Douglas. — Estamos sem rádio e telefone,<br />

você vai ser nosso office boy. Pega isso aqui e acha o Fred, da Defesa Civil, que está lá<br />

embaixo.<br />

— Defesa Civil.<br />

— Isso. Tá tu<strong>do</strong> escrito aí. Agora você vai levar outro para o tenente Vital, que está<br />

no coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> caminhão-tanque. É o maior caminhão <strong>do</strong> Corpo de Bombeiros que está<br />

lá embaixo.<br />

Douglas terminou de escrever o segun<strong>do</strong> bilhete.<br />

— Vai, Renan, tem luz de emergência nas escadas. Acha esses <strong>do</strong>is, que eles vão<br />

providenciar ajuda pra gente.<br />

O garoto saiu tromban<strong>do</strong> nos móveis da sala, e logo ouviram a porta bater.<br />

— Office boy? Só você mesmo, Japa.<br />

— Quan<strong>do</strong> a situação está atípica, meu amigo, o jeito é improvisar.<br />

— Vamos, já que você improvisou, não tem mais nada para fazermos por estes <strong>do</strong>is.<br />

— Eles parecem fracos, mas estáveis. Faz quanto tempo que estamos aqui com eles?<br />

— Uns cinco minutos.<br />

Douglas não disse nada, mas tinha si<strong>do</strong> pouco tempo para saber se estavam estáveis<br />

mesmo ou se estavam pioran<strong>do</strong>. Não tossiam, não se moviam. Passou a lanterna por seus<br />

rostos. Por outro la<strong>do</strong> estavam serenos, pareciam <strong>do</strong>rmir.<br />

— Vamos seguir descen<strong>do</strong> — chamou Boris.<br />

— Descen<strong>do</strong> nada, eu estava esperan<strong>do</strong> alguém <strong>do</strong> 144 atender quan<strong>do</strong> você chamou.<br />

Voltaram ao corre<strong>do</strong>r escuro. As lanternas foram ao número 144. Boris bateu na<br />

porta mais uma vez. Silêncio.<br />

— Não deve ter ninguém em casa — murmurou Boris. — Arrombo?<br />

— Não tem por quê. Deve estar vazio. Vamos em frente.<br />

A dupla desceu ao décimo terceiro andar. Adentraram o hall e encontraram as quatro<br />

portas fechadas. Douglas lançou o facho de luz sobre a porta <strong>do</strong> 134. Uma folha de papel<br />

sulfite presa com fita crepe tinha a mensagem “Já descemos” escrita com caneta piloto.

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