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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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— A mãe deles é a promotora Raquel. Eles tinham seguranças vinte e quatro horas<br />

em cima deles, mas, naquela noite, o Pedro deu uma escapadinha com o irmão e nos<br />

encontramos...<br />

— A promotora Raquel? A promotora Raquel!<br />

Chiara parou e jogou sua franja, olhan<strong>do</strong> para a mulher.<br />

— Por que você não falou antes, Chiara?<br />

— Falar pra quê? Para ficarem ten<strong>do</strong> chiliquinho que nem a senhora? Não falei<br />

porque tenho me<strong>do</strong> que alguém ainda esteja atrás <strong>do</strong> Pedro.<br />

— E o que você quer fazer?<br />

— Preciso encontrá-la, tia. Ela precisa saber onde o Pedro está e tomar as<br />

providências para ele ir para outro hospital.<br />

— Mas não salvaram a vida dele lá no Regional de Osasco?<br />

— Salvaram, graças a Deus, mas o médico que operou o Pedro, o cirurgião, disse que<br />

precisa descansar e que não tem mais nenhum neurologista lá no hospital. E tem os<br />

agressivos também.<br />

Corina nem precisou perguntar o que ela queria dizer com aquilo. Os agressivos, ela<br />

sabia muito bem <strong>do</strong> que a jovem estava falan<strong>do</strong>.<br />

Chiara continuou circulan<strong>do</strong> pela casa sem encontrar Raquel em lugar algum. Tinha<br />

chama<strong>do</strong> algumas vezes. Não queria pegar a promotora de surpresa. Ela poderia estar ali,<br />

com alguns seguranças. Difícil. Ela devia estar rodan<strong>do</strong> por aquela cidade, enlouquecida,<br />

buscan<strong>do</strong> pistas que a levassem ao paradeiro de seus filhos. Talvez já estivesse lá no<br />

Regional, descobrin<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> o que tinha aconteci<strong>do</strong> com Pedro. Descobrin<strong>do</strong> Breno aos<br />

cuida<strong>do</strong>s de uma assistente social. Chiara subiu e olhou os quartos. Encontrou o quarto<br />

de Breno. Pedro tinha conta<strong>do</strong> que <strong>do</strong>rmia com o irmão, dividin<strong>do</strong> o quarto para<br />

facilitar a vigilância <strong>do</strong>s policiais federais. Encontrou a cama <strong>do</strong> namora<strong>do</strong> e, se<br />

aproximan<strong>do</strong>, sentiu seu perfume, seu cheiro. Olhou para a impressora sobre a<br />

escrivaninha e apanhou dela uma folha de papel. Numa das gavetas uma caneta. Escreveu<br />

um bilhete dizen<strong>do</strong> que Pedro tinha si<strong>do</strong> balea<strong>do</strong> e que estava se recuperan<strong>do</strong> no<br />

Regional de Osasco. No bilhete dizia que cuidaria de Pedro e Breno até que ela<br />

aparecesse, e que jamais deixaria alguma coisa de ruim acontecer ao filho feri<strong>do</strong>.<br />

— Você acha seguro deixar um bilhete aqui, menina? Você disse que tem gente atrás<br />

<strong>do</strong> seu namora<strong>do</strong>.<br />

— Eu fiquei pensan<strong>do</strong> nisso, tia. Por isso que vou esconder o bilhete.<br />

— E como espera que ela encontre?<br />

— Ela é mãe dele, tia. Quan<strong>do</strong> ela estiver choran<strong>do</strong> porque ele não está aqui, ela virá<br />

até esse quarto e vai sentar nessa cama, só pra sentir o cheiro dele.

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