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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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estava, mas tanta coisa podia acontecer entre aqueles dez passos. Chiara fingiu tomar<br />

controle <strong>do</strong>s nervos e sentou no braço <strong>do</strong> outro sofá. Logo ao seu la<strong>do</strong> tinha outra<br />

pegação. Dois amigos estavam se beijan<strong>do</strong> escandalosamente. Beijar era o jeito bonitinho<br />

de comentar a situação. Chiara riu lembran<strong>do</strong> o jeito que Jéssica falava quan<strong>do</strong> via<br />

aqueles amassos violentos. Ela diria que o menino e a menina estavam já “quase<br />

fornican<strong>do</strong>” no sofá. O safa<strong>do</strong> <strong>do</strong> Gabriel estava enfian<strong>do</strong> a mão por baixo da blusa da<br />

Nara e ela, esgriman<strong>do</strong>, beijan<strong>do</strong> e esgriman<strong>do</strong>, impedin<strong>do</strong> que ele subisse os de<strong>do</strong>s<br />

gulosos.<br />

— Gabriel! — gritou Chiara.<br />

Os amigos pararam um segun<strong>do</strong> com a pegação e olharam para ela, soltan<strong>do</strong> um<br />

sorriso matreiro cada um e voltan<strong>do</strong> aos beijos.<br />

Os olhos dela viraram para a porta. Pedro estava olhan<strong>do</strong> para ela, com aquele<br />

sorriso delicioso. Ela sentiu a barriga gelar imediatamente e girou a cabeça para o la<strong>do</strong>,<br />

fingin<strong>do</strong> que procurava alguma coisa em Jéssica, que tinha apanha<strong>do</strong> o joystick <strong>do</strong> game<br />

e volta<strong>do</strong> ao jogo. Ó angústia! Chiara torceu os lábios e olhou de novo para Pedro. Ele<br />

vinha andan<strong>do</strong> em sua direção. “Até que enfim!”, pensou.<br />

— E aí, Chiara! Quanto tempo não te vejo.<br />

— E aí, Foguete. Pois é, você vive escondi<strong>do</strong> agora.<br />

— É, né? Mas isso vai acabar hoje.<br />

— Eu vi na TV mais ce<strong>do</strong>. O julgamento vai ser hoje, né?<br />

— Na verdade está sen<strong>do</strong> bem agora. Minha mãe voltou pra lá.<br />

— Sua mãe vai condenar o cara mais filho da mãe <strong>do</strong> Brasil.<br />

— Vai, sim.<br />

— Posso dizer uma coisa, com to<strong>do</strong> o respeito?<br />

Pedro sorriu de novo e ficou olhan<strong>do</strong> nos olhos da amiga, chegan<strong>do</strong> mais perto.<br />

— Você pode dizer o que quiser pra mim, Chiara. Até sem respeito.<br />

Chiara sabia que ficara vermelha naquele exato momento. Suas bochechas ardiam e<br />

ela sentiu o peito encher além da conta com a respiração entrecortada. Por que ele estava<br />

tão pertinho? “Maldito seja você, Pedro Keller Vareda, por fazer me sentir uma<br />

a<strong>do</strong>lescente bobona e apaixonada”. Chiara poderia beijá-lo num piscar de olhos.<br />

— Eu vou dizer, mas é com respeito. Hahaha! — dissimulou.<br />

— Manda.<br />

— Sua mãe, cara, sua mãe é muuuuito foda. Ela é a mulher mais foda que eu<br />

conheço.<br />

— É. Temos nossas diferenças, mas eu sei que ela é foda.<br />

— Não é só por hoje que eu estou falan<strong>do</strong>.

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