19.04.2013 Views

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

comida e conforto como cobertores, colchões e essas coisas que estou ven<strong>do</strong> daqui.<br />

— Tem os bagageiros <strong>do</strong>s ônibus de viagem — lembrou Mallory. — Cabe muita<br />

coisa em cada um deles.<br />

Cássio correu até um <strong>do</strong>s ônibus e abriu o bagageiro.<br />

— Verdade. Cabe muita coisa. Cabe gente, inclusive.<br />

Suzana olhou para Cássio e depois para dentro <strong>do</strong> bagageiro.<br />

— Você está falan<strong>do</strong> sério, sargento?<br />

— A ideia é que ninguém fique para trás. Comida podemos voltar e pegar.<br />

— Mas precisamos levar pelo menos metade. Essa comida toda que você está ven<strong>do</strong><br />

não dura mais que uma semana, se for racionada, ainda por cima.<br />

— Quanto temos de arroz e feijão?<br />

— O Elias escreveu tu<strong>do</strong> aqui. Fez um ótimo trabalho o nosso recensea<strong>do</strong>r de última<br />

hora.<br />

— Falan<strong>do</strong> nisso, ele era um <strong>do</strong>s rebeldes no auditório. Ele voltou atrás?<br />

— Conversei com ele há pouco, sargento. Ele está bastante perturba<strong>do</strong> ainda, mas<br />

parece que está enxergan<strong>do</strong> o que é óbvio — revelou Otávio.<br />

— Perturba<strong>do</strong> normal ou perturba<strong>do</strong> agressivo?<br />

— Normal. Ele sempre foi meio casquinha de ferida. A <strong>do</strong>utora Suzana aqui conhece<br />

bem a peça. Falei com ele, insiste que devíamos ficar. Como se devêssemos isso à cidade,<br />

aos nossos ancestrais. Ele diz que quer encontrar uma cura para os a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong>s e para os<br />

agressivos.<br />

— Os vampiros... — murmurou Suzana, como num ritual para aceitar aquela<br />

nomenclatura.<br />

Cássio suspirou fun<strong>do</strong> e olhou para Mallory. A enfermeira morena não despregava os<br />

olhos dele. Sorriu gentil para a mulher e tornou a olhar para os médicos ao seu la<strong>do</strong>.<br />

— Bem, cada minuto perdi<strong>do</strong> conversan<strong>do</strong>, mais próximos ficamos da escuridão.<br />

Vamos começar a carregar esses ônibus e, quan<strong>do</strong> estivermos longe daqui, longe de<br />

qualquer cidade grande, podemos parar para respirar e corrigir nossas estratégias, se for o<br />

caso.<br />

— Ok. Primeiro conselho, sargento. Passe um ônibus por vez para a rua <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s.<br />

Assim que eles forem sen<strong>do</strong> carrega<strong>do</strong>s, desça a Oscar Freire e estacione na Rebouças,<br />

podemos formar uma fila lá.<br />

Cássio entendeu que o acesso <strong>do</strong>s pacientes aos ônibus seria facilita<strong>do</strong> seguin<strong>do</strong> o<br />

conselho de quem melhor conhecia a estrutura <strong>do</strong> hospital, então não perdeu tempo<br />

questionan<strong>do</strong>. A única coisa que sugeriu é que, enquanto o primeiro ônibus fosse sen<strong>do</strong><br />

carrega<strong>do</strong> de gente, o seguinte da fila já seria abasteci<strong>do</strong> com os mantimentos pelos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!