19.04.2013 Views

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

— Vamos sair daqui, moça.<br />

Rubens olhou para o eleva<strong>do</strong>r. A morta empurrava as portas, tentan<strong>do</strong> abri-las ainda<br />

mais. Ela ia sair. Foi então que o técnico lembrou-se de que as escadas ficavam junto ao<br />

eleva<strong>do</strong>r.<br />

— Vem comigo.<br />

Mallory agarrou-se à camisa de Rubens e foi in<strong>do</strong>, pé ante pé.<br />

Então a criatura que rosnava surgiu no corre<strong>do</strong>r. Era outro paciente, a camisola verde<br />

cobrin<strong>do</strong> o corpo. Ao vê-los no corre<strong>do</strong>r abriu a boca e rosnou mais forte.<br />

— Sede! — gritou a fera.<br />

— São meus! — gritou a morta, pon<strong>do</strong> a cabeça para fora <strong>do</strong> eleva<strong>do</strong>r.<br />

Rubens agarrou Mallory e puxou-a pela mão.<br />

— Corre, moça.<br />

A enfermeira não teve tempo de pensar, só queria sair viva daquele corre<strong>do</strong>r. Seguiu<br />

Rubens enquanto pressentia a fera <strong>do</strong> fim <strong>do</strong> corre<strong>do</strong>r em seu encalço. Quan<strong>do</strong> Rubens<br />

abriu a porta de acesso à escadaria, puxan<strong>do</strong>-a para dentro, sentiu a mão <strong>do</strong> monstro<br />

pegan<strong>do</strong> seus cabelos. Sorte dela eles estarem escorregadios o suficiente para não se<br />

deterem entre os de<strong>do</strong>s da fera. Rubens abriu a porta corta-fogo e Mallory correu para o<br />

patamar da escadaria enquanto o auxiliar de enfermagem segurava a porta.<br />

— O pessoal <strong>do</strong> nono andar, temos que avisá-los! — gritou Mallory.<br />

— Então vai, corre.<br />

— E você?<br />

— Vou segurar essa porta pra esse <strong>do</strong>i<strong>do</strong> não passar.<br />

— Ai, meu Deus!<br />

— Corre, Mallory! Se salva, eu vou dar um jeito.<br />

Mallory não parou para pensar nem para ter me<strong>do</strong>. Tinha que avisar o <strong>do</strong>utor Otávio<br />

e os enfermeiros que os agressivos estavam fora de controle. Por sorte, lá em cima eles<br />

estavam amarra<strong>do</strong>s às camas, mas havia alguns que estavam soltos pelo hospital. Mallory<br />

pensou na hora no necrotério. Gladson! Pobre Gladson! Mallory começou a chorar<br />

enquanto subia. O coita<strong>do</strong> disse que tinha leva<strong>do</strong> uma porção daqueles agressivos<br />

faleci<strong>do</strong>s lá para baixo. Então o subsolo <strong>do</strong> Incor virara uma espécie de armadilha.<br />

Contaria tu<strong>do</strong> isso para o <strong>do</strong>utor Otávio.<br />

Boris respirou fun<strong>do</strong> e empurrou as mãos para cima, afastan<strong>do</strong> o plástico de seu<br />

rosto. Estava frio e escuro. Precisou se esforçar para se lembrar onde estava. As<br />

lembranças eram imagens borradas, com vultos dançan<strong>do</strong> em sua frente e sons agu<strong>do</strong>s e<br />

incômo<strong>do</strong>s. Tinha ouvi<strong>do</strong> as sirenes, não eram da viatura <strong>do</strong> Corpo de Bombeiros. Eram

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!