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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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aproximar de um policial, hesitante. Não era hora para mais perguntas <strong>do</strong> que o<br />

necessário; era hora para se colocarem para fora dali.<br />

— Rui.<br />

— Manda, chefe.<br />

— Veja se a chave <strong>do</strong> carro está no contato.<br />

O jovem foi até a frente e deparou-se com o cadáver <strong>do</strong> menino senta<strong>do</strong> no banco <strong>do</strong><br />

condutor. Manteve a porta que separava a cabine <strong>do</strong> motorista <strong>do</strong> resto <strong>do</strong> ônibus aberta<br />

com seu corpo e abaixou-se para olhar por debaixo da criança morta. A chave estava lá.<br />

— Está aqui, chefe.<br />

— Pode ver se tem combustível?<br />

— Vou precisar de ajuda.<br />

Cássio balançou o queixo para Alexandre, que estava mais à frente. O enfermeiro<br />

correu até o rapaz e, juntos, removeram o corpo duro e frio <strong>do</strong> menino de dentro <strong>do</strong><br />

ônibus, deitan<strong>do</strong>-o sobre o concreto da plataforma.<br />

— Pobrezinho — suspirou Alexandre.<br />

— Eu pensei que você estava com me<strong>do</strong>.<br />

O enfermeiro olhou para Rui e secou uma lágrima teimosa que tinha apareci<strong>do</strong> desde<br />

o momento em que a vampira implorara pela vida.<br />

— Não tenho me<strong>do</strong> de gente morta, não, Rui. Tenho me<strong>do</strong> é desses bichos esquisitos.<br />

— Pode crê. São esquisitos pra caramba. E, além <strong>do</strong> mais, tão matan<strong>do</strong> a ro<strong>do</strong>.<br />

Dentro <strong>do</strong> ônibus Paulo já estava senta<strong>do</strong> na poltrona <strong>do</strong> motorista e examinava o<br />

painel.<br />

— Tem mais de meio tanque, Cássio.<br />

— E isso é o suficiente para duzentos quilômetros?<br />

— Vixe. Dá e sobra.<br />

— Ótimo. Um problema a menos pra gente. Agora só faltam mais quatro, pelo<br />

menos.<br />

O grupo desceu <strong>do</strong> ônibus e Cássio apanhou sua carabina descarregada, deixan<strong>do</strong>-a<br />

aos cuida<strong>do</strong>s de Paulo, que também guar<strong>do</strong>u a chave <strong>do</strong> ônibus. O civil sentiu o peso da<br />

arma nas mãos e buscou um jeito de segurar o objeto sem dar bandeira de que não tinha<br />

a menor intimidade com o equipamento.<br />

Deram a volta pelas plataformas adjacentes sem encontrar mais veículos em condições<br />

de uso. Acharam mais um totalmente queima<strong>do</strong>, ainda fumegan<strong>do</strong>, destruí<strong>do</strong> de ponta a<br />

ponta.<br />

— Eu sei onde é a garagem da Viação Esperança, sargento. Tava aqui pensan<strong>do</strong> que<br />

pode ser uma boa a gente ir até lá.

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