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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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CAPÍTULO 18<br />

Cássio acor<strong>do</strong>u num pulo. Estava ten<strong>do</strong> um pesadelo com o homem gorducho de<br />

terno e gravata. Ele o tinha segui<strong>do</strong> pelo caminho até o Horto, encontra<strong>do</strong> a sua rua e<br />

agora estava para<strong>do</strong> ali na frente <strong>do</strong> portão da casa da irmã. O vampiro queria entrar.<br />

Cássio tinha a respiração entrecortada. Olhou para a TV ainda ligada, ainda carregada de<br />

estática e chia<strong>do</strong>s, sem trazer um único fio de esperança. Foi até a janela e olhou para o<br />

portão, só para se certificar de que aquela visão tinha si<strong>do</strong> só um pesadelo. Voltou e<br />

ficou para<strong>do</strong> em frente à TV, descalço sobre o chão de tacos. Não dava para entender<br />

aquilo. Foi até o quarto <strong>do</strong> sobrinho e voltou com um pequeno rádio de pilha nas mãos.<br />

Tinha da<strong>do</strong> o aparelho de presente para o Felipe quan<strong>do</strong> levou o sobrinho ao primeiro<br />

jogo <strong>do</strong> Palmeiras da vida dele. Aquele dia vitorioso no Parque Antártica parecia tão<br />

distante agora. Por sorte a pilha ainda tinha carga. Passou pelo dial das FMs só captan<strong>do</strong><br />

estática. Passou a chave para AM e aconteceu a mesma coisa. Fosse o que fosse, o que<br />

causava aquela interferência estava duran<strong>do</strong> e parecia que ia complicar a vida de to<strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> por um novo dia, manten<strong>do</strong> a população toda coberta por esse manto de<br />

desinformação e me<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> bateram na porta, ele se sobressaltou. Foi impossível não<br />

lembrar <strong>do</strong> vampiro em seu pesadelo. Aturdi<strong>do</strong>, caminhou devagar e segurou firme na<br />

maçaneta.<br />

— Quem é? — perguntou com voz firme.<br />

— Desculpe se te acordei, Cássio, mas vi a luz da TV brilhan<strong>do</strong>.<br />

Era uma voz de mulher. Cássio a reconheceu. Era Gema, sua ex-sogra.<br />

O policial girou a maçaneta e abriu, deixan<strong>do</strong>-a entrar.<br />

— Entra, <strong>do</strong>na Gema. Não fica na rua que o negócio tá feio — disse o homem, no<br />

meio de um esgar.<br />

— O que você viu por aí?<br />

— Vim andan<strong>do</strong> <strong>do</strong> batalhão até aqui. Ontem não tinha ônibus, não tinha táxi, nada.<br />

Os pés ainda <strong>do</strong>íam, assim como os músculos da parte interna das coxas.<br />

— Tô fican<strong>do</strong> velho. É isso — reclamou, fechan<strong>do</strong> a porta.<br />

— E a saúde?<br />

— Cuidan<strong>do</strong>.<br />

— Eu vi a TV ligada e vim chamar.<br />

— Fora essa loucura, mais algum problema?<br />

— Eu vi a Alessandra sain<strong>do</strong> com as crianças. Queria saber se está tu<strong>do</strong> bem —

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