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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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— Por que fez isso?<br />

— Eu sei lá! Ele atacou a sua amiga, e queria voltar lá para machucá-la ainda mais,<br />

com aqueles dentes de monstro. E você fica com esse ar de censura imbecil me<br />

perguntan<strong>do</strong> por que eu fiz isso?!<br />

— Não estou sen<strong>do</strong> imbecil, não, senhor. Eu sou um enfermeiro, treina<strong>do</strong> para salvar<br />

vidas, o senhor me respeite — retrucou o jovem, indócil.<br />

Francis só ergueu os braços e olhou pela janela de inspeção da porta dupla. Sérgio e<br />

Helena ainda lidavam com a enfermeira ferida, enquanto a auxiliar estava sentada no<br />

chão, choran<strong>do</strong>.<br />

— Esse homem foi o primeiro a chegar aqui. Foi um <strong>do</strong>s primeiros a chegar neste<br />

hospital em esta<strong>do</strong> letárgico. Estava na ala comum porque não tínhamos mais vagas na<br />

UTI. Ele deve ter acorda<strong>do</strong> desorienta<strong>do</strong> e precisava ser seda<strong>do</strong>, não ser assassina<strong>do</strong>.<br />

— Ele estava fora de si, você mesmo viu, cara.<br />

— Eu vi o senhor enfian<strong>do</strong> um ferro no peito de um paciente, foi isso que eu vi —<br />

rosnou Bernar<strong>do</strong>.<br />

— Espera! Você disse que ele estava a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong>, igual aos outros?<br />

— Exato.<br />

— Puta merda!<br />

Francis virou-se e adentrou o corre<strong>do</strong>r da UTI bem quan<strong>do</strong> Sérgio retirava as luvas de<br />

látex e ajudava a auxiliar de enfermagem a se levantar.<br />

— Doutor Sérgio, venha até aqui, rápi<strong>do</strong>.<br />

A <strong>do</strong>utora Helena, com a ajuda da auxiliar, empurrava a maca da enfermeira assistida<br />

até o final <strong>do</strong> corre<strong>do</strong>r.<br />

— Que comoção toda é essa, <strong>do</strong>utor Francis?<br />

— O enfermeiro...<br />

— Bernar<strong>do</strong>.<br />

— Um de seus pacientes, que ele disse que entrou a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong> nessa madrugada,<br />

acabou de despertar.<br />

Sérgio alcançou Francis e, quan<strong>do</strong> se dirigiam para a porta dupla, ouviram um grito<br />

de pavor. Francis se apressou e encontrou Bernar<strong>do</strong> aferra<strong>do</strong> à haste, espancan<strong>do</strong> o<br />

paciente morto.<br />

— Calma. Ele já morreu.<br />

— Não. Não morreu, não. Ele me mordeu!<br />

— Como é possível, enfermeiro? Eu e você vimos que ele estava morto.<br />

— Eu achei que ele estava. Estava sem pulso. Mas, enquanto eu observava a mancha<br />

de sangue em sua boca, ele agarrou a minha mão e mordeu meu punho com toda a força

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