19.04.2013 Views

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

gente perder esse moleque, a gente tá na roça, meu irmão.<br />

— Atira então que eu passo!<br />

Carlos abriu um pouco sua janela, o suficiente para passar o cano <strong>do</strong> fuzil. Começou<br />

a disparar, poupan<strong>do</strong> munição, procuran<strong>do</strong> um segurança aqui e ali.<br />

— Vai logo, malandro! Essa porra tá blindada, ninguém vai te acertar, não, seu<br />

cuzão. Eu já tô arregaça<strong>do</strong> aqui e não tô com me<strong>do</strong>. Mete o pé! — reclamou o líder<br />

feri<strong>do</strong>.<br />

Adilson acelerou e cruzou o portão, resvalan<strong>do</strong> os la<strong>do</strong>s <strong>do</strong> largo Fusion, mas<br />

ganhan<strong>do</strong> a avenida. Pisou fun<strong>do</strong> no acelera<strong>do</strong>r. O garoto tinha pelo menos um minuto<br />

de vantagem. Mas, dirigin<strong>do</strong> daquele jeito, logo estaria à vista.<br />

Adilson olhou pelo retrovisor, ven<strong>do</strong> Fernan<strong>do</strong> chegar à portaria com a moto e<br />

tombar, provavelmente atingi<strong>do</strong> pelos seguranças. Agora não era hora de heroísmo. O<br />

amigo que fosse esperto e se entregasse, porque, se parasse agora, nunca mais encontraria<br />

o carro com as crianças, e certamente seria ele quem pagaria aquela fatura.<br />

Carlos abriu o porta-luvas <strong>do</strong> Fusion e sorriu logo com o seu primeiro acha<strong>do</strong>.<br />

— Olha isso aqui.<br />

Adilson deu uma olhada rápida para a mão <strong>do</strong> amigo. Era uma foto <strong>do</strong>s garotos e de<br />

um cara. Talvez o pai morto deles ou algum peguete da mãe.<br />

— Vou chegar no carro <strong>do</strong>s moleques com essa foto aqui. Pra não ter erro.<br />

— Pra onde você vai, Pedro?<br />

O garoto olhou pelo retrovisor. Já estava se acostuman<strong>do</strong> com o espaço <strong>do</strong> carro.<br />

Encontrou os olhos vermelhos de Chiara.<br />

— Precisamos achar uma viatura de polícia, um batalhão da PM, qualquer coisa.<br />

Pedro viu a placa de acesso à ro<strong>do</strong>via Castello Branco.<br />

— E se formos pra Castello? Tem a polícia ro<strong>do</strong>viária — sugeriu Pedro.<br />

— Não me pergunta nada. Não me pergunta nada.<br />

Chiara estava desesperada. Jéssica chorava baixinho.<br />

— Como tá o meu irmão?<br />

Chiara olhou para Breno. Ele estava encosta<strong>do</strong> na porta, com o quadril no assoalho<br />

<strong>do</strong> carro, os olhos azuis brilhan<strong>do</strong> no escuro.<br />

— Ele tá quietinho, mas tá bem.<br />

— Você tá bem, Breno? — perguntou Pedro.<br />

Breno balançou a cabeça, sem emitir som algum.<br />

— Ele disse que está! — berrou Chiara, olhan<strong>do</strong> para trás pela centésima vez.<br />

Pedro olhou para o la<strong>do</strong>. Só agora voltava a tomar ciência de que transportavam um

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!