19.04.2013 Views

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>do</strong>madas pelos cavaleiros.<br />

— Não estou gostan<strong>do</strong> disso — resmungou Graziano.<br />

Um grito de mulher estourou no ar, fazen<strong>do</strong> os cavalos <strong>do</strong> pelotão dispararem<br />

subitamente. Graças ao preparo <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s, logo os cavalos foram controla<strong>do</strong>s.<br />

Ainda que observan<strong>do</strong> distantes, Cássio e Graziano tiveram que manobrar para<br />

manter seus cavalos sob controle, circulan<strong>do</strong> uma pequena área e olhan<strong>do</strong> para a direção<br />

da passarela.<br />

— Que merda foi essa? — bra<strong>do</strong>u Graziano.<br />

— Ôooo, Kara! Ôoooo, potranca! Quieta!<br />

Um novo grito ecoou pela rua, repetin<strong>do</strong> o efeito sobre os cavalos. Cássio encontrou<br />

o tenente Edgar no meio daquela agitação. Ele também movimentava seu cavalo,<br />

tentan<strong>do</strong> retomar o controle <strong>do</strong> destacamento.<br />

— Que cheiro horrível é esse? — perguntou Graziano.<br />

Cássio inalou fun<strong>do</strong>, sem conseguir sentir nenhum cheiro diferente <strong>do</strong> que tinham<br />

senti<strong>do</strong> a tarde inteira para<strong>do</strong>s na frente <strong>do</strong> hospital.<br />

— Parece que está vin<strong>do</strong> da garagem.<br />

Os <strong>do</strong>is cavalgaram até a entrada da garagem. Estava escura e vazia, sem nenhum tipo<br />

de detrito ou traço de material que pudesse emanar o mau cheiro alega<strong>do</strong> por Graziano.<br />

— Eu não estou sentin<strong>do</strong> cheiro nenhum, Rossi.<br />

— Que catinga tenebrosa! Está vin<strong>do</strong> desse buraco aí, sim.<br />

— Não temos tempo para isso, vamos nos juntar ao pelotão.<br />

— Calma, Cássio! Deixa os cavalos se aquietarem primeiro, se nos juntarmos agora só<br />

vamos aumentar essa bagunça.<br />

Dois longos minutos se passaram, com novos gritos escapan<strong>do</strong> pelas janelas <strong>do</strong> HC e<br />

novos rompantes de disparadas da cavalhada, que era contida pelos treina<strong>do</strong>s cavaleiros.<br />

— Rossi, eu acho que esses gritos já são por causa daquela gente atormentada. Está<br />

escurecen<strong>do</strong> rápi<strong>do</strong>.<br />

Graziano lançou um olhar para a Avenida Rebouças e para trás, para a Teo<strong>do</strong>ro<br />

Sampaio. Com efeito as sombras <strong>do</strong>s prédios já transformavam em noite o chão da<br />

cidade, e o céu ia perden<strong>do</strong> o seu azul, ceden<strong>do</strong> aos tons arroxea<strong>do</strong>s que prenunciavam o<br />

pôr <strong>do</strong> sol.<br />

— Esse fe<strong>do</strong>r está me enlouquecen<strong>do</strong>.<br />

Cássio tornou a olhar para a frente <strong>do</strong> hospital e para os cavalos agita<strong>do</strong>s. Sua égua<br />

empinou pela primeira vez.<br />

— Calma, Kara! Calma, menina! O que está acontecen<strong>do</strong>?<br />

Olhou para Graziano, que raspava o nariz com as luvas, realmente sofren<strong>do</strong> com um

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!