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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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fun<strong>do</strong>.<br />

— In<strong>do</strong> para esse hospital que eu conheço, estaremos perto de uma represa, teremos<br />

água potável para to<strong>do</strong>s os que estão aqui e para quem mais aparecer. Em segun<strong>do</strong> lugar,<br />

é um hospital universitário, bem aparelha<strong>do</strong>, que está longe de qualquer cidade.<br />

Estaremos isola<strong>do</strong>s e distantes <strong>do</strong>s agressivos. Só assim teremos chance de nos<br />

reorganizar.<br />

— Meu Deus! Isso é impensável! Vamos aban<strong>do</strong>nar nossos lares, nossas casas!<br />

— Marcamos uma hora para a partida. Agora chegamos perto das onze horas da<br />

manhã. São mais de duzentos quilômetros até lá. É possível que passemos a primeira<br />

noite na estrada, mas precisamos partir hoje, sem falta.<br />

— E por que não partimos amanhã de manhã, solda<strong>do</strong>? — contemporizou a diretora,<br />

tentan<strong>do</strong> acalmar os ânimos.<br />

— Porque amanhã podemos estar to<strong>do</strong>s mortos. Amanhã pode ser tarde demais —<br />

profetizou o policial.<br />

— Eu não vou — bra<strong>do</strong>u Elias.<br />

— Eu também não posso participar disso. Tenho parentes no Paraná, preciso me<br />

juntar a eles — disparou Verônica, a médica negra da primeira fila.<br />

— A cidade para onde vamos fica a meio caminho <strong>do</strong> Paraná. Depende da região <strong>do</strong><br />

Paraná para onde a senhora vai — retrucou Cássio.<br />

— E o seu plano é esse? Nos levar para um hospital <strong>do</strong> interior e só? Você tinha<br />

fala<strong>do</strong> da comida e da energia.<br />

— Não é simplesmente um hospital. É um hospital que acabou de ser construí<strong>do</strong> pelo<br />

Esta<strong>do</strong> de São Paulo. Hoje só funciona a unidade de estu<strong>do</strong>s avança<strong>do</strong>s de<br />

imunodeficiência. Eu estive nesse hospital há vinte dias. Ele está num terreno plano, tem<br />

prédios que podem ser mais bem defendi<strong>do</strong>s que aqui. Tem ao menos <strong>do</strong>is galpões que<br />

poderão nos servir de base de defesa durante a noite. E, o principal, é totalmente<br />

cerca<strong>do</strong>. Alambra<strong>do</strong>s, cercas altas. Podemos reforçar essa defesa. É deserto ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

hospital. Podemos montar sentinelas para vigiar se alguma dessas criaturas se aproxima.<br />

Vamos inventar um jeito de avisar to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> a tempo, para que se protejam.<br />

— De que hospital você está falan<strong>do</strong>? — perguntou Verônica.<br />

— Do Hospital Geral de São Vítor.<br />

— Eu conheço esse hospital, policial. Realmente, tu<strong>do</strong> o que você diz... Faz senti<strong>do</strong>.<br />

— Não podemos simplesmente deixar essa cidade para trás, gente. Temos que lutar.<br />

O policial mesmo disse, essas pessoas viraram bestas. Temos que ficar aqui e lutar.<br />

— Temos que nos adaptar à nova realidade, <strong>do</strong>utores — tornou Cássio. — Se<br />

ficarmos aqui, morreremos. Nós somos gente comum. Meus colegas morreram porque

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