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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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— Vamos pegar nossos cavalos! — gritou Graziano, corren<strong>do</strong> em direção à<br />

estrebaria.<br />

— Não vai dar tempo de selar, Rossi. Mete só o estribo no bicho e vamos averiguar<br />

esse disparo.<br />

Chegaram à estrebaria gotejan<strong>do</strong> suor pela testa, correram ajeitan<strong>do</strong> as montarias e<br />

logo estavam em cima de seus cavalos, estugan<strong>do</strong> em direção ao quarto prédio. Não<br />

demorou até que três tiros segui<strong>do</strong>s fossem da<strong>do</strong>s para o alto, fazen<strong>do</strong>-os lembrar <strong>do</strong><br />

aviso combina<strong>do</strong> com o tenente André Almeida. Era o sinal de perigo avista<strong>do</strong>, e perigo,<br />

naqueles dias, significava uma única coisa: vampiros!<br />

— Como está de munição? — perguntou Cássio, curva<strong>do</strong> sobre Kara, fazen<strong>do</strong> a égua<br />

ganhar ainda mais velocidade.<br />

— A da arma, mais um magazine — respondeu Graziano, acompanhan<strong>do</strong> o galope.<br />

O som <strong>do</strong>s cascos <strong>do</strong>s cavalos enchia a noite. Precisavam de luz, precisavam enxergar<br />

os malditos vampiros, mas tu<strong>do</strong> estava escuro.<br />

Graziano tomou a dianteira.<br />

— Por aqui!<br />

— Como você sabe? — perguntou Cássio, seguin<strong>do</strong> o cabo.<br />

— O maldito cheiro, Porto! Ele está mais forte pra cá!<br />

Graziano, sem perceber, já tinha desembainha<strong>do</strong> seu sabre e levava-o perpendicular<br />

ao tronco, pronto para arrancar a cabeça de um daqueles vampiros.<br />

O solda<strong>do</strong> em cima <strong>do</strong> prédio 2 foi o que deu o primeiro disparo. Jessé agora estava<br />

caí<strong>do</strong> e gemen<strong>do</strong>, com um projétil de fuzil no ombro inutiliza<strong>do</strong>. O braço não se movia<br />

e sua junta parecia destruída, a <strong>do</strong>r era tão grande que ele arfava como se fosse ainda vivo<br />

e carente de oxigênio. Podia estar morto, mas as terminações nervosas e sensoriais<br />

continuavam trabalhan<strong>do</strong> em conexão com seu cérebro. O solda<strong>do</strong> estrebuchava no meio<br />

<strong>do</strong>s braços de Ludmyla, que se fartava com seu sangue, o fuzil caí<strong>do</strong> na laje <strong>do</strong> prédio<br />

não oferecia mais perigo. A vampira levantou-se e arrastou o corpo ainda vivo <strong>do</strong><br />

solda<strong>do</strong> até Jessé.<br />

— Tome. Beba. Vai diminuir sua <strong>do</strong>r. Já os vi fazen<strong>do</strong> isso.<br />

Jessé, sem delongas, agarrou o solda<strong>do</strong> e, no meio de um grito de <strong>do</strong>r por conta <strong>do</strong><br />

ombro feri<strong>do</strong>, cravou suas presas no pescoço sangrento <strong>do</strong> moribun<strong>do</strong>. O sangue bateu<br />

quente em sua boca, entorpecen<strong>do</strong> sua língua e descen<strong>do</strong> pela garganta. Mais quatro<br />

sorvidas e o solda<strong>do</strong> não mais lutava. Ouviu três tiros dispara<strong>do</strong>s <strong>do</strong> prédio ao la<strong>do</strong>, mas<br />

nenhum projétil parecia ter vin<strong>do</strong> em sua direção. Quan<strong>do</strong> soltou o pescoço <strong>do</strong> solda<strong>do</strong><br />

morto, com efeito seu ombro tinha para<strong>do</strong> de <strong>do</strong>er e já conseguia mover as pontas <strong>do</strong>s

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