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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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CAPÍTULO 59<br />

Raquel tinha vaga<strong>do</strong> pelas ruas de Pinheiros tomada por um ódio brutal contra a<br />

figura <strong>do</strong> sargento que a impedira de entrar no hospital. Tinha espera<strong>do</strong> o anoitecer para<br />

levar a horda de vampiros que a cercava de encontro ao hospital, e naquela noite as<br />

portas e janelas não resistiriam a uma investida maciça. Tinha desci<strong>do</strong> a rua Teo<strong>do</strong>ro<br />

Sampaio e, quan<strong>do</strong> chegou até o seu fim e resolveu seguir pela rua <strong>do</strong> Sumi<strong>do</strong>uro em<br />

direção à Marginal Pinheiros, tomou tento de que não vagava sem destino. Ela seguia o<br />

cheiro <strong>do</strong>s cavalos. O cheiro de seus excrementos e seu suor, a trilha deixada pelos<br />

humanos que tinham aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> o hospital e fugi<strong>do</strong>, ao que tu<strong>do</strong> indicava. Tinham<br />

fugi<strong>do</strong> da cidade.<br />

Raquel chegou até a pista local da Marginal, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> imenso prédio da Editora<br />

Abril, ven<strong>do</strong> a estação de trem metropolitano à sua frente. Eles tinham esta<strong>do</strong> ali e<br />

para<strong>do</strong>. O cheiro <strong>do</strong>s cavalos era intenso em suas narinas, bem como o cheiro <strong>do</strong> me<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s humanos que também ali aguardaram. E seguiram rumo a noroeste. A vampira<br />

caminhou até a pista expressa e an<strong>do</strong>u por mais alguns metros, paran<strong>do</strong> bem onde o<br />

cheiro sumia. Ela ficou imóvel por um longo tempo, sentin<strong>do</strong> o vento da noite sopran<strong>do</strong><br />

contra os seus cabelos vermelhos.<br />

— Vocês podem sentir o cheiro deles? — perguntou a vampira.<br />

Nenhuma resposta veio. Raquel virou-se, olhan<strong>do</strong> para as pistas vazias da Marginal<br />

Pinheiros e para a estação silenciosa <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> da cerca.<br />

— Vão continuar me seguin<strong>do</strong> a noite toda?<br />

Sons de passos vieram da passarela acima de sua cabeça. Um jovem casal de vampiros<br />

surgiu na escadaria <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> da Marginal, para onde Raquel se encaminhou,<br />

sentin<strong>do</strong>-se entre curiosa e enraivecida. A primeira sensação tentan<strong>do</strong> entender o que<br />

aqueles <strong>do</strong>is queriam com ela, e a segunda por conta <strong>do</strong> término da trilha a qual seguia.<br />

— Não queremos incomodar, promotora. Reconheci a senhora, e por isso a segui<br />

com minha namorada — disse o jovem, apontan<strong>do</strong> para uma a<strong>do</strong>lescente.<br />

— Então você me conhece?<br />

— Sim. Conheço a senhora e a sua luta.<br />

— Isso foi em outra vida. Quem são vocês?<br />

— Eu sou Jessé, essa é a Ludmyla.<br />

— Acredito que ela tenha boca para se apresentar.<br />

A garota sorriu para Raquel e an<strong>do</strong>u até a vampira, estenden<strong>do</strong>-lhe a mão.

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