19.04.2013 Views

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Já pela janela, não conseguia mais ver com clareza o pátio lá embaixo.<br />

Breno soltou-se da enfermeira, que tentou lhe segurar pelo ombro.<br />

— Mãe? — perguntou o garoto, indeciso.<br />

Raquel deu mais <strong>do</strong>is passos, seguran<strong>do</strong> as lágrimas que queriam descer de seu rosto.<br />

Ajoelhou-se. A vampira sabia que não podia chorar, não agora. Precisava manter-se firme<br />

e perigosa, não podia se mostrar fraca e vulnerável para aqueles humanos.<br />

— Filho.<br />

— Mãe! — gritou Breno, eufórico.<br />

Chiara, perceben<strong>do</strong> o perigo, soltou a mão de Pedro pela primeira vez desde que<br />

Raquel entrara na sala e correu para perto de Breno, seguran<strong>do</strong> seus ombros, mas o<br />

garoto insistia em avançar, como que hipnotiza<strong>do</strong> por uma sereia.<br />

— Eu sabia que a senhora tava viva! Eu sabia!<br />

Chiara segurou Breno com mais força, fazen<strong>do</strong> com que Raquel grunhisse<br />

enraivecida. As mulheres começaram a choramingar novamente, algumas escapan<strong>do</strong> pela<br />

porta, uma vez que a leoa estava entretida com sua cria.<br />

Breno assustou-se com o rosna<strong>do</strong> que escapou da boca da mãe, segui<strong>do</strong> de um brilho<br />

ligeiro em seus olhos.<br />

Chiara apertou ainda mais os ombros <strong>do</strong> pequeno e puxou-o em direção ao leito<br />

onde repousava Pedro.<br />

— Me solta! Eu quero ficar com a minha mãe! — gritou Breno, teiman<strong>do</strong> e se<br />

desenroscan<strong>do</strong> da mão de Chiara.<br />

O pequeno correu até Raquel e bateu contra o corpo da mãe, dan<strong>do</strong>-lhe um abraço.<br />

— A senhora tá fria, mãe.<br />

Raquel afagou a cabeça <strong>do</strong> filho e baixou as narinas até seus cabelos vermelhos,<br />

inalan<strong>do</strong> profundamente o <strong>do</strong>ce cheiro <strong>do</strong> filho.<br />

— Não se preocupe, filho. A mamãe está bem.<br />

Raquel levantou-se, ainda afagan<strong>do</strong> a cabeça de Breno.<br />

— Mãe, aqueles caras atiraram no Pedro. O Pedro salvou a gente. Salvou eu e a<br />

Chiara. Não deixou ninguém fazer nada com a gente, mas eles atiraram nele. O Pedro<br />

morreu... Quantas vezes, Chiara?<br />

— Oito, Breno. O coração dele parou oito vezes durante a cirurgia.<br />

— A Chiara é a namorada dele, mãe. Ela não saiu de perto dele nem um pouquinho.<br />

Só quan<strong>do</strong> foi te procurar lá em casa. A Chiara tava te procuran<strong>do</strong>, mãe.<br />

Raquel encarou a menina. Deveria ter quatorze, quinze anos. A vampira não<br />

conseguia se lembrar dela nem lhe dar crédito por ela ter esta<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s filhos. No<br />

momento a pirralha era uma pedra no caminho entre ela e seu filho Pedro.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!