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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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dentes dela longe de sua pele, forçan<strong>do</strong>-a para cima, seguran<strong>do</strong> o objeto como uma<br />

barra. Os outros <strong>do</strong>is agressivos também se aproximaram, surpreenden<strong>do</strong> a médica e o<br />

trio que se juntara na escadaria. O agressivo mais velho e forte saltou de encontro à<br />

senhora que chorava também, jogan<strong>do</strong>-a ao chão. A médica foi atacada pela velha de<br />

olhos cintilantes, sen<strong>do</strong> empurrada contra a porta por onde deveriam fugir. Um tiro<br />

ribombou no saguão, e o homem alto tombou com um buraco na cabeça. Suas pernas<br />

continuaram se moven<strong>do</strong> lentamente, revelan<strong>do</strong> que ainda existia vida dentro daquele<br />

corpo. As pessoas no chão gritaram, e o a<strong>do</strong>lescente colocou sua irmã no colo. Liege<br />

gritou quan<strong>do</strong> a velha perfurou seu ombro com uma mordida poderosa. Alexandre<br />

conseguiu se virar e levantar, descen<strong>do</strong> o cassetete contra a menina que o atacava,<br />

baten<strong>do</strong> repetidas vezes até acertar sua cabeça e fazê-la parar, caída no chão, parecen<strong>do</strong><br />

morta. Benício atirou novamente. Dessa vez foi a cabeça da velha que recebeu o disparo<br />

da pistola. O policial cambaleou até ela e desferiu mais <strong>do</strong>is disparos em seu peito.<br />

Outros olhos vermelhos apareceram na escuridão, aproximan<strong>do</strong>-se, grunhin<strong>do</strong>. Benício<br />

levantou sua arma e atirou na direção de um deles. O som de um corpo cain<strong>do</strong> revelou<br />

que tinha acerta<strong>do</strong> o alvo. O policial deu <strong>do</strong>is passos na direção <strong>do</strong> enfermeiro que estava<br />

choran<strong>do</strong>, olhan<strong>do</strong> para o rosto desfigura<strong>do</strong> da garota caída de costas.<br />

— Eu a matei.<br />

Benício colocou a mão no ombro <strong>do</strong> rapaz e deu <strong>do</strong>is tapinhas.<br />

— Antes ela <strong>do</strong> que você, amigo.<br />

O grupo se juntou novamente e seguiram pelo corre<strong>do</strong>r de funcionários com destino<br />

ao PS. Pelas janelas amplas podiam ver a rua escura e uma porção de pessoas com roupas<br />

hospitalares zanzan<strong>do</strong> pela calçada.<br />

Benício sentia-se fraco, vinha ampara<strong>do</strong> por Alexandre, ainda com a pistola em sua<br />

mão esquerda. Seus olhos zanzavam pelas órbitas, procuran<strong>do</strong> por mais agressivos.<br />

Atravessaram o corre<strong>do</strong>r extenso e saíram em um novo prédio que também estava sem<br />

energia. A médica usou mais uma vez seu celular como lanterna, iluminan<strong>do</strong> o caminho.<br />

O maior me<strong>do</strong> era se deparar com um daqueles malucos. A ferida aberta pela sexagenária<br />

ainda pulsava e escorria sangue.<br />

Quan<strong>do</strong> chegaram ao PS, foi a vez de Liege ficar alarmada. Parecia que estava em um<br />

hospital de campanha no meio de uma guerra civil. Lanternas estavam presas com fitas<br />

adesivas em lugares altos, uma vez que as luzes de emergência não davam conta de<br />

iluminar to<strong>do</strong> o pronto-socorro. Os médicos e residentes tinham movi<strong>do</strong> mesas e leitos<br />

para perto da iluminação improvisada e gritavam junto aos pacientes que chegavam aos<br />

montes, ataca<strong>do</strong>s pelos agressivos que estavam ainda na rua. Liege virou-se para o<br />

enfermeiro e para a senhora que vinha logo atrás e pediu que voltassem até o corre<strong>do</strong>r de

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