19.04.2013 Views

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

— Sem batimento, Bárbara. Injete epinefrina enquanto eu massageio. Vamos ver se<br />

conseguimos reverter.<br />

— Um?<br />

— Sim. Um miligrama — respondeu o médico, já sobre o paciente, tentan<strong>do</strong><br />

reanimá-lo com a massagem.<br />

— Vou tentar só mais um choque depois da epinefrina.<br />

Enquanto isso, no eleva<strong>do</strong>r preso no segun<strong>do</strong> andar, Mallory tinha junta<strong>do</strong> todas as<br />

suas forças para tentar saltar para o chão <strong>do</strong> corre<strong>do</strong>r. De fato, Gladson tinha consegui<strong>do</strong><br />

abrir mais as portas, encorajan<strong>do</strong> um boca<strong>do</strong> a enfermeira. Assim que um técnico de<br />

enfermagem passou pelo corre<strong>do</strong>r, Mallory e Gladson começaram a gritar. Quan<strong>do</strong> o<br />

rapaz se aproximou, Mallory abriu um sorriso largo.<br />

— Graças a Deus! Ele é alto, Gladson.<br />

— Então aproveita e vai, que eu tô quase me mijan<strong>do</strong> nas calças aqui por sua culpa.<br />

— Culpa minha, não. Culpa da Eletropaulo, mocinho.<br />

— Desde que horas vocês estão aí nesse eleva<strong>do</strong>r?<br />

— Desde as duas e meia da tarde, dá pra acreditar?<br />

— Vai, Mallory, não estou de brincadeira, a gente tem que sair daqui.<br />

A luz <strong>do</strong> corre<strong>do</strong>r foi sumin<strong>do</strong>, sobran<strong>do</strong> para eles apenas a penumbra.<br />

— Já está escurecen<strong>do</strong>, e a gente aqui. Qual o seu nome?<br />

— Sou Rubens. To<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> aqui me chama de Rubão.<br />

— Tá de castigo aqui também?<br />

— Ô, se tô. Não tenho nada pra fazer em casa sem internet e sem televisão. Resolvi<br />

vir ajudar. Vem, desce a perna que eu te seguro.<br />

Mallory colocou-se de quatro, de costas para o corre<strong>do</strong>r. Era melhor não ver a<br />

descida. Ainda que a altura fosse menor que <strong>do</strong>is metros, para ela o me<strong>do</strong> era cair no<br />

fosso.<br />

— Me ajuda, Gladson. Me ajuda.<br />

— Primeiro se acalma.<br />

— Eu já estou calma.<br />

— Tá nada, Mallory, respira fun<strong>do</strong>. Tem <strong>do</strong>is homens seguran<strong>do</strong> você, vai dizer que<br />

você não gosta?<br />

— Normalmente não <strong>do</strong>u essa liberdade, mas, dadas as circunstâncias, meu amigo de<br />

olhos verdes, eu vou dizer que gosto.<br />

A enfermeira estendeu o pé para trás e já sentiu a mão quente de Rubão seguran<strong>do</strong><br />

seu tornozelo. Foi se arrastan<strong>do</strong> e, assim que foi puxada, soltou um gritinho.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!