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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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muito tempo.<br />

@ @ @<br />

Depois da refeição feita e das energias recuperadas, aban<strong>do</strong>naram o perímetro urbano<br />

de Itatinga, deixan<strong>do</strong> para trás quase uma centena de mortos. Perderam três <strong>do</strong> ban<strong>do</strong>,<br />

mortos durante o ataque, transfixa<strong>do</strong>s por facões e também vitima<strong>do</strong>s por armas de fogo.<br />

O embate ainda tinha vali<strong>do</strong> à vampira uma pistola .380. Um <strong>do</strong>s humanos sacou a arma,<br />

apontan<strong>do</strong> direto para ela, mas Raquel foi mais rápida e fria, desvian<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />

primeiros disparos e não dan<strong>do</strong> a chance para um terceiro. Quan<strong>do</strong> a arma parara em sua<br />

mão, a vítima já se debatia, imobilizada por suas presas que espremiam o seu pescoço<br />

com força e gana. A marcha tomou rumo por campos e mata, deixan<strong>do</strong> a estrada de<br />

terra, sen<strong>do</strong> guiada pelo faro <strong>do</strong> certeiro Jessé. Era como se o vampiro tivesse se torna<strong>do</strong><br />

um guia místico, que sabia por antecipação de algumas coisas que estavam por acontecer.<br />

Raquel, com a pistola presa à cintura, não sabia o que ia encontrar pela frente. O que<br />

sabia era que estavam chegan<strong>do</strong> a um novo hospital. Não sabia como tiraria seus filhos<br />

de lá, só que os tiraria a qualquer preço, ainda que o preço fosse sacrificar a sua pequena<br />

milícia de vampiros.<br />

O complexo de prédios surgiu à sua frente envolto numa mágica atmosfera de<br />

silêncio, causan<strong>do</strong> certa surpresa na vampira. Não esperava encontrar um lugar tão<br />

grande e cheio de edificações ali, no meio <strong>do</strong> nada. No máximo um prédio pequeno,<br />

com um estacionamento a sua frente e só; diferente disso, o Hospital Geral de São Vítor<br />

prometia um dia ser um grande polo de medicina no interior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de São Paulo.<br />

Diria que era mais um daqueles tantos lugares desertos vistos no caminho <strong>do</strong> trem, não<br />

fosse pelas duas sentinelas no alto <strong>do</strong> prédio da frente. Um deles fumava, e a pequena<br />

brasa tinha denuncia<strong>do</strong> sua posição. Raquel atentou-se ao topo <strong>do</strong>s outros três prédios.<br />

Uma sentinela em cada um. Seria fácil passar por eles. Estavam distraí<strong>do</strong>s, e a escuridão<br />

faria o seu trabalho. Quan<strong>do</strong> os humanos dessem conta <strong>do</strong> estrago, o caos já estaria<br />

instala<strong>do</strong> dentro das cercas <strong>do</strong> Hospital Geral de São Vítor.<br />

Os vampiros se aglomeraram próximos a Raquel, com as poucas baixas ainda eram<br />

mais de noventa. Estavam cheios de sangue, cheios de energia e prontos para a briga.<br />

Raquel tinha prometi<strong>do</strong> um rio de a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong>s. Para tomar aquelas centenas de corpos<br />

inertes tinham que derrubar to<strong>do</strong>s os vivos.<br />

— Sejam silenciosos no ataque. Sejam escorpiões venenosos — ordenou a vampira.<br />

Raquel aproximou-se <strong>do</strong> alambra<strong>do</strong> e, evocan<strong>do</strong> sua porção mística, saltou para cima<br />

da cerca com um impulso só, equilibran<strong>do</strong>-se em silêncio, sem produzir um único ruí<strong>do</strong>,

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