19.04.2013 Views

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

uma hora desde que saíra <strong>do</strong> IC. Ela podia até demorar para sentir sua falta, mas acabaria<br />

achan<strong>do</strong> que Mallory havia deixa<strong>do</strong> o posto e i<strong>do</strong> embora para casa. Ninguém iria<br />

procurar por ela, muito menos no eleva<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Incor.<br />

As batidas <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is rareavam, na mesma proporção em que a frustração ia<br />

aumentan<strong>do</strong>. Mallory virou-se de costas para a porta e escorregou pela parede <strong>do</strong><br />

eleva<strong>do</strong>r até o assoalho, acocoran<strong>do</strong>-se, com as mãos tampan<strong>do</strong> o rosto.<br />

O rapaz encostou a testa na porta e ficou naquela posição, respiran<strong>do</strong> fun<strong>do</strong>. Ele<br />

sabia o quanto o hospital estava mergulha<strong>do</strong> na desordem. Poderiam passar horas ali<br />

dentro sem que a situação deles fosse notada.<br />

Então uma batida <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de fora trouxe uma troca de olhares entre os <strong>do</strong>is<br />

prisioneiros.<br />

— Quem está aí? — gritou uma voz feminina <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de fora.<br />

— Sou eu, o Gladson.<br />

— Você é funcionário?<br />

— Sou! O eleva<strong>do</strong>r parou comigo e com uma enfermeira aqui dentro.<br />

— Acabou a energia no hospital inteiro, Gladson. Eu vou buscar ajuda.<br />

Mallory levantou-se.<br />

— Graças a Deus — murmurou.<br />

Gladson e Mallory trocaram um sorriso e um abraço. O rapaz ficou embaraça<strong>do</strong> a<br />

princípio, mas retribuiu o gesto.<br />

— Achei que íamos passar a tarde toda aqui — remoeu a enfermeira.<br />

— Agora é só esperar um pouco que já vamos sair.<br />

— Eu tô com falta de ar. Tá fican<strong>do</strong> abafa<strong>do</strong> aqui dentro.<br />

— É impressão sua. É porque a senhora está nervosa.<br />

— Senhora? Pareço tão velha assim, cara?<br />

Gladson riu.<br />

— Desculpa. É porque você está nervosa. Quantos anos você tem?<br />

— Vinte e seis. Ainda estou na flor da idade. E quero sair daqui e viver ainda muitos<br />

e muitos anos.<br />

Gladson riu <strong>do</strong> comentário descontraí<strong>do</strong> da enfermeira que, segun<strong>do</strong>s atrás, parecia<br />

que ia ter um piripaque. O jovem enfiou os de<strong>do</strong>s pela fresta entre as portas e as forçou.<br />

Elas cederam alguns centímetros, e então ele enfiou o pé na lateral <strong>do</strong> batente e puxou<br />

com mais força. Uma fenda de trinta centímetros se abriu, revelan<strong>do</strong> uma muralha de<br />

concreto à frente de seu rosto.<br />

— Graças a Deus — soltou a enfermeira, abaixan<strong>do</strong>-se e observan<strong>do</strong> o corre<strong>do</strong>r que<br />

tinha surgi<strong>do</strong> na metade inferior da porta, trazen<strong>do</strong> uma corrente de ar fresco para

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!