19.04.2013 Views

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

aquele cenário estava tétrico. Uma mulher de camisola caída à sua frente, se contorcen<strong>do</strong><br />

de <strong>do</strong>r, enquanto havia uma senhora parecen<strong>do</strong> um cadáver, imóvel na cama, no escuro.<br />

Parecia acontecimento de um daqueles sonhos estranhos que se tem um pouco antes de<br />

acordar, quan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> parece fazer o maior senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, mas sabemos, no íntimo,<br />

que algumas coisas estão fora <strong>do</strong> lugar. Olhou para a mulher, paciente, esperan<strong>do</strong> que ela<br />

se levantasse. Ela estava ainda arqueada e, naquela posição, com os seios praticamente à<br />

mostra através <strong>do</strong> decote. Queiroz sentiu um desconforto novamente. Estava ali para<br />

socorrer aquela mulher, não para ficar olhan<strong>do</strong> para os mamilos <strong>do</strong>s seus peitos.<br />

— Por que a senhora não toma uma água?<br />

— Aiiiii!!! — gemeu ela. — Tá <strong>do</strong>en<strong>do</strong> demais!<br />

Ato reflexo, o bombeiro levou a mão ao rádio, lembran<strong>do</strong> que não ia adiantar nada.<br />

— Respire fun<strong>do</strong> e vamos descer. Pode ser que o incêndio tenha libera<strong>do</strong> algum tipo<br />

de gás tóxico que desconhecemos, senhora. Outras pessoas também desmaiaram aqui no<br />

seu prédio.<br />

— É? Sério?<br />

— Sério. Pode ocorrer uma intoxicação que gera esses espasmos estomacais.<br />

Ela sentou-se à beira da cama, ao la<strong>do</strong> da avó. Agora era a barra da camisola que<br />

tinha subi<strong>do</strong>, deixan<strong>do</strong> suas coxas grossas e benfeitas todas à mostra, até mesmo a<br />

calcinha igualmente negra. Ela deveria estar preparan<strong>do</strong> uma surpresa para o mari<strong>do</strong>,<br />

pois estava cheirosa e deliciosamente convidativa. Talvez a fragilidade repetida daquela<br />

mulher tenha mexi<strong>do</strong> com alguma coisa dentro dele, mas o fato era que Queiroz estava<br />

se sentin<strong>do</strong> atraí<strong>do</strong> por ela como o Diabo.<br />

— Melhor descermos.<br />

— E minha avó?<br />

— Eu não gosto de deixar gente para trás, ainda mais assim, desprotegida, mas, se a<br />

senhora desmaiar aqui, serão duas mulheres que terei que deixar para trás.<br />

— Dá tempo de eu colocar uma roupa?<br />

— Dá, sim.<br />

— Promete que quan<strong>do</strong> chegarmos lá embaixo arruma alguém para te ajudar e volta<br />

aqui para buscar a minha avó?<br />

— Prometo, sim, <strong>do</strong>na.<br />

A mulher deixou o quarto e tateou até o cômo<strong>do</strong> <strong>do</strong> meio.<br />

— Queiroz! — chamou ela.<br />

O bombeiro caminhou atrás dela e parou na porta mais uma vez.<br />

— Ilumina pra mim o meu guarda-roupa, tá escuro aqui.<br />

O bombeiro obedeceu prontamente.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!