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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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prédio, para a porção mais escura da propriedade. Seguin<strong>do</strong> aquele caminho pegariam os<br />

solda<strong>do</strong>s pelas costas.<br />

A vampira voltou os olhos para o prédio com um imenso número <strong>do</strong>is pinta<strong>do</strong> na<br />

parede da frente. Ouvia tosses e algum choro. Existiam pessoas ali.<br />

— Vocês <strong>do</strong>is, vejam! Existe um solda<strong>do</strong> lá em cima — apontou a vampira para a<br />

nuvem de fumaça escapan<strong>do</strong> pela direita <strong>do</strong> prédio. — Subam e acabem com ele.<br />

— Ele deve estar arma<strong>do</strong>.<br />

— Sim. É certo que está. Mas vocês são vampiros e estão mortos. O que têm a<br />

temer?<br />

— E-eu não sei, não. Eu não vi nada disso, de lutar com solda<strong>do</strong>s.<br />

— Eu pego ele — disse Ludmyla.<br />

— Isso, garota. Gostei de você.<br />

— Vem. Eu te mostro como.<br />

Ludmyla puxou o hesitante Jessé pela manga da camiseta longa que ele trajava e<br />

dispararam para a lateral <strong>do</strong> prédio, onde havia uma oportuna escada de incêndio, igual<br />

em cada um daqueles quatro prédios.<br />

— Vamos! — incentivou Ludmyla.<br />

A dupla começou a subir silenciosamente, enquanto Raquel avançava pelo saguão <strong>do</strong><br />

prédio. Encostava na escadaria que descia <strong>do</strong> ventre <strong>do</strong> primeiro andar da edificação para<br />

o meio <strong>do</strong> saguão de chão de concreto queima<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> percebeu uma luz tremeluzente<br />

vin<strong>do</strong> lá de cima. Raquel sinalizou para os vampiros que estavam próximos a ela que se<br />

escondessem, e ela também se recolheu para trás <strong>do</strong>s degraus. Por sorte a meia dúzia de<br />

vampiros que tinha subi<strong>do</strong> antes tinha passa<strong>do</strong> despercebida por quem quer que<br />

carregasse aquela luz. Passos na escada. Uma mulher descen<strong>do</strong>. Raquel sabia disso pelo<br />

som <strong>do</strong> salto <strong>do</strong> sapato repican<strong>do</strong> no piso. Relâmpagos distantes fizeram o horizonte<br />

piscar na retina da vampira.<br />

— Viu? Não precisa ter me<strong>do</strong>. São só relâmpagos.<br />

Segun<strong>do</strong>s de silêncio. A luz bruxuleante alcançava o teto <strong>do</strong> saguão. A mulher no<br />

meio <strong>do</strong> caminho, entre o primeiro andar e o saguão, estava parada. Raquel tinha feito<br />

um sinal para seus vampiros, para ficarem em silêncio e escondi<strong>do</strong>s.<br />

— Não precisa ter me<strong>do</strong>. Acho que nem vai chover aqui.<br />

— Eu quero a minha mãe — choramingou a voz infantil.<br />

Foi a primeira vez que Raquel sentiu seu peito gelar depois de morta. A voz da<br />

criança. Era seu pequeno Breno. O filho chamava por ela.<br />

— Até sua mãe voltar a tia cuida de você.<br />

— Eu quero a Chiara, então. Não consigo <strong>do</strong>rmir.

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