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A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

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Primeiro contou as pessoas com a ajuda da equipe que formou. Agora ele está contan<strong>do</strong> o<br />

que temos de suprimentos na cozinha. O sargento Cássio saiu ce<strong>do</strong>, atrás de meios de<br />

transporte para levar to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> daqui. Vou precisar que vocês se dividam e chamem<br />

gente para ajudar. Conversem entre vocês para descobrir a melhor forma de cumprir a<br />

tarefa que vou dar.<br />

— Diga lá — disse o mais baixo, com o nome Mauro no crachá. — Do que a senhora<br />

precisa?<br />

— Precisamos começar a locomover os pacientes interna<strong>do</strong>s para o campo de futebol<br />

ao la<strong>do</strong>. Sei que ainda está ce<strong>do</strong> e, por isso, com bastante sol, mas é o melhor lugar para<br />

aglomerar tanta gente sem gerar muita confusão. Não quero elas aqui na frente <strong>do</strong><br />

hospital ven<strong>do</strong> esse monte de sangue, corpos e cavalos mortos. Uma boa parte desses<br />

pacientes tem acompanhantes, mais pessoas para ajudar na locomoção deles para lá.<br />

Tentar fazer isso da forma mais ordeira possível é imprescindível. Outra parte de vocês<br />

precisa começar a remover os mantimentos para o campo de futebol também.<br />

Mantimentos para a direita, pessoas para a esquerda. Problemas vão começar a surgir de<br />

repente, vamos cuidar de cada um deles a seu tempo.<br />

— Sim, senhora.<br />

— Bem, eu vou até a UTI tentar resolver o primeiro problema.<br />

A diretora Suzana caminhou até o sexto andar <strong>do</strong> Instituto Central. Ali residia sua<br />

maior preocupação no momento. Logo na entrada da UTI entrou a <strong>do</strong>utora Célia,<br />

especializada em queima<strong>do</strong>s. Duas enfermeiras circulavam com os carrinhos de<br />

medicação e tinham os semblantes bastante calmos, algo que Suzana não esperava<br />

encontrar com facilidade àquela hora <strong>do</strong> dia.<br />

— Célia, você estava lá embaixo no auditório quan<strong>do</strong> o sargento chegou, não é?<br />

— Estava.<br />

— Bem, está chegan<strong>do</strong> a hora, e preciso saber como estão os pacientes mais graves.<br />

Saber quantas ambulâncias UTI serão necessárias para...<br />

— Nenhuma.<br />

A resposta de Célia apanhou Suzana de surpresa. Ela tinha ouvi<strong>do</strong> falar aqui e ali<br />

sobre a melhora repentina de alguns pacientes, mas havia tanta coisa acontecen<strong>do</strong> que os<br />

fatos ruins tinham praticamente soterra<strong>do</strong> os murmurinhos de boas coisas.<br />

— Estamos to<strong>do</strong>s espanta<strong>do</strong>s também, <strong>do</strong>utora, mas a verdade é essa. Tínhamos 86<br />

pacientes interna<strong>do</strong>s na UTI na primeira noite da singularidade.<br />

— Singularidade?<br />

— É. É como estamos chaman<strong>do</strong> aqui a noite em que os a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong>s surgiram.<br />

— Hum. E como chegaram a zero pacientes?

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