19.04.2013 Views

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

A Noite Maldita - Crônicas do Fim do Mundo - Multi Download

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

pequeno ficou olhan<strong>do</strong> para o policial.<br />

— Esse menino é seu irmão? — perguntou Cássio, empinan<strong>do</strong> o queixo na direção <strong>do</strong><br />

pequeno Breno.<br />

— Não. Ele é irmão <strong>do</strong> Foguete, meu namora<strong>do</strong>.<br />

Chiara passou a mão pelo cabelo curto e se afastou de Breno um instante.<br />

— Deita aqui — disse ela cuida<strong>do</strong>sa.<br />

A garota saiu da ambulância, pulan<strong>do</strong> para o asfalto. Ela fedia a suor e suas roupas<br />

estavam um boca<strong>do</strong> sujas.<br />

— Está com ele desde que aconteceu?<br />

— Sim. Você é o primeiro policial que se interessa por ele.<br />

Cássio aproximou-se da porta da ambulância e olhou mais detidamente para o rapaz.<br />

Não deveria ter mais que dezessete anos.<br />

— Por que um policial deveria se interessar por ele?<br />

— Porque ele foi balea<strong>do</strong>, saco. Que pergunta! — explodiu Chiara, cansada de tanto<br />

ter que explicar.<br />

— E os pais deles? Já sabem?<br />

Chiara bufou. Olhou para os la<strong>do</strong>s, certifican<strong>do</strong>-se de que estavam sozinhos. Ela<br />

ainda não se sentia confortável em dar detalhes. Mesmo depois de to<strong>do</strong> o horror lança<strong>do</strong><br />

pelas criaturas da noite, ainda tinha mais me<strong>do</strong> <strong>do</strong>s bandi<strong>do</strong>s.<br />

— Eles não têm pai, não. O pai deles morreu faz uns anos.<br />

— Lamento.<br />

— Agora, estou bastante preocupada é com a mãe deles.<br />

— Ela não sabe?<br />

— Provavelmente, não. Eu fui até a casa dela ontem e deixei um bilhete dizen<strong>do</strong><br />

onde estávamos. Agora o <strong>do</strong>utor Tarso decidiu fazer a gente se mexer de novo. Eu pedi<br />

para que a assistente social avisasse a mãe dele, se ela, por acaso, aparecer por lá, se<br />

estiver viva.<br />

— Tiro?<br />

— Na cabeça.<br />

— E por que você acha que ela pode não estar mais viva?<br />

— Sei que parece estranho, Porto, mas, se não reparou, você está fugin<strong>do</strong> de São<br />

Paulo. Pessoas morreram ontem, sabe? — disse Chiara, len<strong>do</strong> o distintivo <strong>do</strong> sargento e<br />

manten<strong>do</strong> seu ar sarcástico.<br />

Cássio não conseguiu segurar o sorriso. Aquela menina transbordava personalidade.<br />

— Como aconteceu?<br />

— Nós moramos num con<strong>do</strong>mínio em Alphaville e estávamos na casa de uma amiga

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!