04.01.2015 Views

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Novas propostas <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratização <strong>do</strong> controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong> • 107<br />

tação e aplicação, mas também por meio da política <strong>de</strong>mocrática. Se é<br />

certo que a Constituição é norma e <strong>de</strong>ve ser cumprida, por outro la<strong>do</strong><br />

ela só se realiza plenamente por meio da política <strong>de</strong>mocrática. Uma<br />

política <strong>de</strong>mocrática que, no Brasil, tem <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> <strong>de</strong> la<strong>do</strong> seu elemento<br />

mais fundamental: o povo. Daí a importância <strong>do</strong> constitucionalismo<br />

popular, compreendi<strong>do</strong> como movimento teórico crítico da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

supremacia judicial e última palavra e <strong>de</strong>fensor <strong>de</strong> um papel central<br />

para o povo na interpretação da constituição. No entanto, a a<strong>do</strong>ção<br />

<strong>de</strong> teorias nascidas distantes da realida<strong>de</strong> brasileira, como é o caso <strong>do</strong><br />

constitucionalismo popular, exige cautela e atenção. Se por um la<strong>do</strong><br />

é importante trazer a tona umas das principais discussões da teoria<br />

constitucional contemporânea, por outro é preciso cuida<strong>do</strong> para a a<strong>de</strong>quada<br />

tradução <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>bate aos nossos problemas, <strong>de</strong> tal forma que<br />

essa a<strong>do</strong>ção nos possibilite <strong>de</strong>scortinar os nossos próprios problemas<br />

jurídicos, políticos e sociais. Por isso, é preciso <strong>de</strong>stacar que neste trabalho<br />

opto por tomar o constitucionalismo popular como um ponto<br />

<strong>de</strong> partida, vale dizer, como instrumental teórico crítico apto a nos fazer<br />

repensar as nossas teorias e práticas políticas e jurisdicionais. Nesse<br />

senti<strong>do</strong> busco, sobretu<strong>do</strong>, me valer mais das reflexões e críticas teóricas<br />

<strong>do</strong> constitucionalismo popular <strong>do</strong> que <strong>de</strong> suas propostas normativas.<br />

Se não me parece a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> importar as alternativas normativas e<br />

institucionais propostas pelo constitucionalismo popular, como, por<br />

exemplo, a extinção <strong>do</strong> controle judicial <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong> das<br />

leis (TUSHNET, 1999), a primazia <strong>do</strong> Parlamento sobre os <strong>de</strong>mais<br />

Po<strong>de</strong>res (WALDRON, 2003) ou o impeachment <strong>de</strong> juízes (KRAMER,<br />

2004), suas reflexões e críticas teóricas, no entanto, nos propiciam repensar<br />

nossas práticas, instituições políticas e jurisdicionais.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!