04.01.2015 Views

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Teorias contemporâneas da Democracia • 411<br />

A forma <strong>do</strong> direito mo<strong>de</strong>rno e seu embricamento estrutural com<br />

a <strong>de</strong>mocracia teriam o papel <strong>de</strong> transpor ao sistema a normativida<strong>de</strong><br />

da ação comunicativa <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> da vida, como forma também <strong>de</strong><br />

resistência da pressão sistêmica.<br />

Apesar <strong>de</strong> ter boa parte <strong>de</strong> sua obra realizada em <strong>de</strong>bate com<br />

Habermas, Axel Honneth sofre a crítica <strong>de</strong> ter um déficit político pela<br />

ausência da teoria política sistematizada na sua obra. A teoria <strong>do</strong> reconhecimento<br />

<strong>de</strong> Honneth ajudaria a explicar as razões até mesmo<br />

pré-linguísticas da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> na participação <strong>do</strong> procedimento<br />

<strong>de</strong>mocrático, pela análise <strong>de</strong> patologias sociais, porém não seria capaz<br />

<strong>de</strong> contribuir a priori para a teoria política <strong>de</strong>mocrática. O méto<strong>do</strong><br />

da reconstrução normativa é, para Honneth, a maneira <strong>de</strong> se analisar<br />

as instituições sociais – em um senti<strong>do</strong> amplo – que já são normatizadas,<br />

pois possuem pretensões morais já <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sua estrutura e<br />

que po<strong>de</strong>m ser sempre mais efetivadas. Po<strong>de</strong>r político, neste caso não<br />

po<strong>de</strong> ser trata<strong>do</strong> como uma disputa vazia pelo po<strong>de</strong>r, mas como uma<br />

disputa substancial e <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong> moral.<br />

Rainer Forst parece concordar com esta relação, quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolve<br />

uma teoria política com fundamento normativo forte em sua<br />

base. Ele realiza, no entanto, uma teoria construtivista com princípio<br />

ético <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> direito à justificação. Para ele, o direito à justificação<br />

é o primeiro direito político, uma vez que nasce com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

legitimar o exercício <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> uns sobre outros. Assim como Habermas,<br />

ele i<strong>de</strong>ntifica este momento com o projeto da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. O<br />

po<strong>de</strong>r político <strong>de</strong>ve estar justifica<strong>do</strong> e esta justificação <strong>de</strong>ve estar sujeito<br />

à crítica. De certa forma, esta é a explicitação <strong>do</strong> funcionamento interno<br />

da cooriginarieda<strong>de</strong> entre autonomia pública e privada, para Forst.<br />

A relação prática <strong>de</strong>termina os contextos <strong>de</strong> justificação, o que<br />

significa que, prescindin<strong>do</strong> <strong>do</strong> contexto, não é possível se realizar a<br />

crítica <strong>de</strong>ssas relações. Por isso, o construtivismo <strong>de</strong> Forst teria o mesmo<br />

problema <strong>do</strong> <strong>de</strong> John Rawls: seu estofo empírico é amplo <strong>de</strong>mais<br />

– a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, o direito mo<strong>de</strong>rno e a experiência <strong>de</strong>mocrática oci<strong>de</strong>ntal.<br />

Uma teoria puramente construtivista sofreria <strong>do</strong> problema <strong>de</strong><br />

colocar critérios pouco profícuos para o enfrentamento <strong>de</strong> questões

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!