04.01.2015 Views

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Teorias da interpretação constitucional • 95<br />

tos além da simples expressão literal das disposições constitucionais.<br />

Essa prática implicaria num ato <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> direitos.<br />

Primordial para tal prática seria o reconhecimento das normas constitucionais<br />

como regras e princípios (ALEXY, 2008), <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s por<br />

procedimentos (ALEXY, 2010) (HABERMAS), cuja interpenetração da<br />

Moral e <strong>do</strong> Direito se tornariam mais evi<strong>de</strong>nte. Assim, para além <strong>de</strong> uma<br />

simples operação jurídica <strong>de</strong> reconhecimento <strong>de</strong> direito diretamente à<br />

disposição constitucional, a atribuição <strong>de</strong> senti<strong>do</strong> à cláusula aberta <strong>do</strong>s<br />

Direitos Fundamentais envolveria a discussão sobre uma meto<strong>do</strong>logia<br />

apta a lidar com a extensão <strong>de</strong>ssa atribuição <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>.<br />

Nesse contexto, aponta-se três possibilida<strong>de</strong>s: a) discricionária<br />

forte: a autorida<strong>de</strong> competente po<strong>de</strong>ria atribuir o senti<strong>do</strong> como <strong>de</strong>corrência<br />

da competência para o exercício <strong>de</strong> um ato <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>, cujo<br />

fundamento não po<strong>de</strong>ria ser perquiri<strong>do</strong> pois ínsito a um elemento<br />

psicológico ou político <strong>do</strong> intérprete (KELSEN); b) discricionarieda<strong>de</strong><br />

fraca argumentativa: reconheceria a discricionarieda<strong>de</strong> à autorida<strong>de</strong><br />

competente para o exercício <strong>do</strong> ato <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>, condicionan<strong>do</strong>-o<br />

a um exercício argumentativa a posteriori como forma <strong>de</strong> legitimação<br />

da sua <strong>de</strong>cisão (ALEXY, 2005) (ALEXY, 2007); c) discricionarieda<strong>de</strong><br />

fraca hermenêutica: não reconheceria a discricionarieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> intérprete,<br />

exigin<strong>do</strong>-lhe uma extensão argumentação que dialogasse com<br />

as questões <strong>de</strong> princípio consagradas na tradição jurídica a que está<br />

atuan<strong>do</strong> (DWORKIN) (MORAIS).<br />

Cabe aqui uma explicação: a diferença entre a discricionarieda<strong>de</strong><br />

fraca argumentativa e hermenêutica seria que esta exigiria a compreensão<br />

<strong>de</strong> uma relação entre o Direito e a Moral mediante uma pretensão <strong>de</strong><br />

correção formada a priori e explicitada a posteriori (MORAIS). Deste<br />

mo<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>-se conjecturar, a título <strong>de</strong> exemplo, a proposta aqui referida<br />

po<strong>de</strong>ria aliviar as críticas <strong>de</strong> insegurança jurídica <strong>do</strong> reconhecimento <strong>de</strong><br />

Direitos Fundamentais não expressos no texto constitucional.<br />

Nesse enre<strong>do</strong>, o trabalho se justifica por buscar critérios <strong>de</strong> legitimação<br />

da plenipotencialida<strong>de</strong> material <strong>do</strong>s Direitos Fundamentais<br />

surgi<strong>do</strong>s através da cláusula <strong>de</strong> abertura <strong>do</strong> artigo 5º, § 2º da Constituição<br />

brasileira. Ainda, tal reflexão apresenta-se como pressuposto à

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!