04.01.2015 Views

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

74 • I Congresso Internacional <strong>de</strong> Direito Constitucional e Filosofia Política<br />

argumentos <strong>de</strong> política ou para argumentos <strong>de</strong> princípios, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> qual posição se ocupa, se no legislativo ou no judiciário, oferecem<br />

maior influência no que se <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r por controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong>,<br />

<strong>do</strong> que simplesmente optar pelas “razões <strong>de</strong> processo”.<br />

Foi o que <strong>de</strong>monstrou, por exemplo, a pesquisa empírica feita<br />

por Pickerill, cita<strong>do</strong> por Hübner (2008), ao revelar que nos perío<strong>do</strong>s<br />

da história americana em que a revisão constitucional foi mais tímida,<br />

as <strong>de</strong>cisões <strong>do</strong> parlamento quase não levaram em conta argumentos<br />

constitucionais. Por outro la<strong>do</strong>, nos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> maior engajamento da<br />

Corte e <strong>de</strong> ameaça <strong>de</strong> revisão constitucional, o parlamento reagiu <strong>de</strong>dican<strong>do</strong><br />

maior atenção à dimensão constitucional <strong>do</strong>s assuntos trata<strong>do</strong>s.<br />

Desse mo<strong>do</strong>, a hipótese e a conclusão que se afirma é que, para<br />

ficarmos entre o substancialismo (e seus <strong>de</strong>sacor<strong>do</strong>s) e o procedimentalismo,<br />

sem ignorar os <strong>de</strong>safios da tomada <strong>de</strong> consciência <strong>do</strong> caráter ontológico<br />

<strong>de</strong> toda compreensão, não se trata <strong>de</strong> rejeitar medidas <strong>de</strong> processo<br />

ou novos arranjos institucionais, mas <strong>de</strong> encará-los como instrumentos<br />

auxiliares ao “alargamento” e à tomada <strong>do</strong>s horizontes a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s.<br />

Uma <strong>de</strong>cisão relevantemente <strong>de</strong>mocrática não significa uma <strong>de</strong>cisão<br />

baseada em razões <strong>de</strong> processo, o que não significa <strong>de</strong>sacreditar<br />

medidas que visem o reforço e a serieda<strong>de</strong> da <strong>de</strong>liberação <strong>de</strong>mocrática<br />

na interpretação da constituição.<br />

Referências<br />

BELLAMY, Richard. Political Constitutionalism: A Republican Defence of<br />

the Constitutionality of Democracy. Cambridge: Cambridge University<br />

Press, 2007.<br />

MENDES, Conra<strong>do</strong> Hübner. Controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>mocracia.<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro: Elsevier, 2008.<br />

WALDRON, Jeremy. The Core of the Case Against Judicial Review. The<br />

Yale Law Journal, v. 115, 2006.<br />

GADAMER, Hans-Georg. Verda<strong>de</strong> e méto<strong>do</strong> I. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!