04.01.2015 Views

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

266 • I Congresso Internacional <strong>de</strong> Direito Constitucional e Filosofia Política<br />

trânsito em julga<strong>do</strong> da sentença que houver <strong>de</strong>creta<strong>do</strong> a separação<br />

judicial, após um ano da <strong>de</strong>cisão concessiva da medida cautelar <strong>de</strong><br />

separação <strong>de</strong> corpos ou no caso <strong>de</strong> comprovada separação <strong>de</strong> fato por<br />

mais <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos. E não houve modificação nesse dispositivo.<br />

Diante disso, a pergunta que surgiu foi: após a EC nº 66/2010, a<br />

separação prévia ainda é requisito para o divórcio E mais: ainda há a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> separação como forma <strong>de</strong> dissolução da socieda<strong>de</strong> conjugal<br />

A respeito das perguntas acima formuladas, a <strong>do</strong>utrina se dividiu,<br />

<strong>de</strong> maneira genérica, em três posições.<br />

A primeira <strong>de</strong>las é a <strong>de</strong> que não houve qualquer modificação<br />

na dissolução <strong>do</strong> casamento no Brasil. Após o <strong>de</strong>saparecimento <strong>do</strong>s<br />

requisitos <strong>de</strong> separação prévia ao divórcio da Constituição, seria necessária<br />

uma modificação infraconstitucional, por meio <strong>de</strong> nova lei<br />

ordinária, para a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> divórcio direto. João Baptista Villela<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> tal posição: “A nova redação <strong>do</strong> parágrafo, como se vê,<br />

mantém intacta a legislação civil, que fazia e que continua a fazer a<br />

exigência agora dispensada no plano da Constituição” (2010).<br />

A segunda solução <strong>de</strong> interpretação é a <strong>de</strong> que a repercussão da<br />

modificação constitucional operada pela EC nº 66/2010 é imediata<br />

na legislação infraconstitucional, fazen<strong>do</strong> <strong>de</strong>saparecer, como um to<strong>do</strong>,<br />

o instituto da separação <strong>do</strong> or<strong>de</strong>namento jurídico brasileiro. Defen<strong>de</strong><br />

essa postura Maria Berenice Dias: “A verda<strong>de</strong> é uma só: a única forma<br />

<strong>de</strong> dissolução <strong>do</strong> casamento é o divórcio, eis que o instituto da separação<br />

foi bani<strong>do</strong> - e em boa hora - <strong>do</strong> sistema jurídico pátrio. Qualquer<br />

outra conclusão transformaria a alteração em letra morta.” (2010).<br />

A terceira posição é a <strong>de</strong> que a modificação constitucional teve<br />

o condão <strong>de</strong> permitir o divórcio direto, sem requisitos <strong>de</strong> separação<br />

prévia, sem, contu<strong>do</strong>, eliminar o instituto da separação <strong>do</strong> direito<br />

brasileiro. Segun<strong>do</strong> essa linha <strong>do</strong>utrinária, a separação e o divórcio<br />

são livre opção <strong>do</strong>s cônjuges, com os respectivos efeitos. Regina Beatriz<br />

Tavares da Silva, signatária <strong>de</strong>ssa posição, ainda <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que<br />

as modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> separação (ruptura, culposa e remédio) também<br />

po<strong>de</strong>m ser aplicadas ao divórcio: “... além da espécie dissolutória pela<br />

mera impossibilida<strong>de</strong> da vida em comum, também é aplicável ao di-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!