04.01.2015 Views

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong> e hermenêutica<br />

filosófica: entre o substancialismo e procedimentalismo<br />

João André Alves Lança<br />

Gradua<strong>do</strong> pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais (UFMG) e<br />

Mestran<strong>do</strong> em Direito pelo Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Direito da<br />

UFMG. País: Brasil. En<strong>de</strong>reço eletrônico: joaoalanca@gmail.com.<br />

É possível dizer que uma das objeções centrais das teorias críticas<br />

<strong>do</strong> controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong> judicial gira em torno da acusação<br />

<strong>de</strong> ser tal controle contramajoritário e, por isso, anti<strong>de</strong>mocrático<br />

e ilegítimo, em especial quan<strong>do</strong> se entrega aos juízes a “última”<br />

palavra sobre <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> direitos.<br />

Críticos contemporâneos <strong>do</strong> controle judicial <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong>,<br />

sobretu<strong>do</strong> em sua manifestação “forte”, como Jeremy Waldron<br />

e Richard Bellamy, fundamentam a acusação acima com a afirmação<br />

<strong>de</strong> que as <strong>de</strong>cisões sobre direitos envolvem escolhas morais sobre as<br />

quais os <strong>de</strong>sacor<strong>do</strong>s razoáveis são inevitáveis. E, nesse senti<strong>do</strong>, acreditam<br />

que não existem razões suficientes para se dizer que poucos<br />

juízes tomariam <strong>de</strong>cisões melhores <strong>do</strong> que os representantes políticos<br />

eleitos, haja vista no seio das cortes também existir dissensos morais.<br />

Assim, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que o processo político <strong>de</strong>mocrático-parlamentar<br />

possui maior legitimida<strong>de</strong> e se resulta mais eficaz <strong>do</strong> que o<br />

processo judicial para tomar tais <strong>de</strong>cisões sobre direitos e resolver tais<br />

<strong>de</strong>sacor<strong>do</strong>s, em especial quan<strong>do</strong> se fala em <strong>de</strong>mocracias razoavelmente<br />

<strong>de</strong>senvolvidas. Pressupõem que apenas quan<strong>do</strong> os próprios indivíduos<br />

participam no interior <strong>do</strong> processo <strong>de</strong>mocrático, por meio <strong>de</strong><br />

seus representantes eleitos, esses po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s como iguais,<br />

uma vez que apenas <strong>de</strong>sse mo<strong>do</strong> se garantiria a igual consi<strong>de</strong>ração e<br />

respeito com relação aos seus direitos e interesses (BELLAMY, 2007).<br />

O que está por traz <strong>de</strong>ssa opção pelo processo parlamentar, segun<strong>do</strong><br />

Waldron (2006), é a opção por razões <strong>de</strong> processo em <strong>de</strong>trimento<br />

<strong>de</strong> razões <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>. Para o impasse da inevitável existência <strong>de</strong> <strong>de</strong>-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!