04.01.2015 Views

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O constitucionalismo entre a separação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res e a <strong>de</strong>mocracia • 29<br />

vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a ambígua inflação das instituições até a tão proclamada<br />

crise <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong>.<br />

Assim, sen<strong>do</strong>, há <strong>de</strong> se refletir sobre qual força terá a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sustentar e integrar o Esta<strong>do</strong> evitan<strong>do</strong> e contornan<strong>do</strong> as crises geradas<br />

pelas tensões entre os três constituí<strong>do</strong>s Quem ou, melhor dito,<br />

o que garantiria a or<strong>de</strong>m, harmonia e equilíbrio entre esses po<strong>de</strong>res,<br />

bem como, a unida<strong>de</strong> (em pluralida<strong>de</strong>) política <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Uma resposta<br />

a essas perguntas é encontrada em Karl Loewenstein quan<strong>do</strong><br />

afirma que “com o tempo se foi <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> que este propósito<br />

é mais bem atendi<strong>do</strong> pela articulação <strong>do</strong>s limites que a socieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sejaria impor aos <strong>de</strong>tentores <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r na forma <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong><br />

regras fixas – a ‘constituição’ – limitan<strong>do</strong> o exercício <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r político<br />

<strong>de</strong>sses <strong>de</strong>tentores. A constituição, então, se tornou o instrumento<br />

básico para o controle <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> Po<strong>de</strong>r” 2 .<br />

Portanto, mais que um po<strong>de</strong>r que controle outro po<strong>de</strong>r – formulação<br />

que, sem dúvida, continua sen<strong>do</strong> chave para a composição <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Direito –, o arranjo <strong>do</strong> constitucionalismo preten<strong>de</strong> que<br />

a normativida<strong>de</strong> (força normativa da Constituição) controle o Po<strong>de</strong>r<br />

como um to<strong>do</strong>. Nesse senti<strong>do</strong> Hesse, por exemplo, trata da necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Constituição que é necessária a to<strong>do</strong>s os cidadãos,<br />

especialmente aos atores <strong>do</strong>s po<strong>de</strong>res constituí<strong>do</strong>s 3 . E é nesse<br />

senti<strong>do</strong> que um <strong>do</strong>s elementos necessários à própria estrutura constitucional<br />

<strong>de</strong> separação <strong>do</strong>s po<strong>de</strong>res é aquilo que Canotilho chama<br />

<strong>de</strong> lealda<strong>de</strong> institucional.<br />

Esse conceito compreen<strong>de</strong> duas dimensões, sen<strong>do</strong> uma positiva<br />

e outra negativa. A primeira consiste na mutua cooperação entre<br />

os diversos órgãos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, concorren<strong>do</strong> para realizar os objetivos<br />

constitucionais e promoven<strong>do</strong> o funcionamento <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> governo.<br />

Enquanto isso, a dimensão negativa da lealda<strong>de</strong> institucional<br />

po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificada pelo <strong>de</strong>ver <strong>do</strong>s titulares <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r respeitar-se<br />

mutuamente, não crian<strong>do</strong> – s arbitrariamente – óbices ao exercício<br />

das competências alheias, renuncian<strong>do</strong> a práticas <strong>de</strong> guerrilha institucional<br />

e abuso <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r. Nessa linha, os principais efeitos da lealda<strong>de</strong><br />

institucional <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bram-se em três senti<strong>do</strong>s: enquanto elemento <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!