04.01.2015 Views

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

282 • I Congresso Internacional <strong>de</strong> Direito Constitucional e Filosofia Política<br />

parágrafo primeiro <strong>do</strong> artigo 208 da Carta Maior, o qual dispõe ser o<br />

acesso ao ensino obrigatório e gratuito um direito público subjetivo.<br />

Outrossim, o parágrafo segun<strong>do</strong> <strong>do</strong> mesmo artigo, assevera: “O não<br />

oferecimento <strong>do</strong> ensino obrigatório pelo Po<strong>de</strong>r Público, ou sua oferta<br />

irregular, importa responsabilida<strong>de</strong> da autorida<strong>de</strong> competente”. Desta<br />

feita, infere-se, expressamente, que este artigo garante um direito<br />

público subjetivo <strong>de</strong>finitivo e, <strong>de</strong>sta maneira, o legisla<strong>do</strong>r constitucional<br />

quis tornar exigível a sua total efetivida<strong>de</strong> (BARUFFI, 2011).<br />

Integra o núcleo essencial <strong>do</strong> direito à educação o que for substancialmente<br />

indispensável à garantia <strong>de</strong> sua eficácia mínima. De outro<br />

norte, para além <strong>de</strong>sses limites, a exigibilida<strong>de</strong> judicial <strong>do</strong> direito à<br />

educação, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da discricionarieda<strong>de</strong> das políticas públicas, por<br />

exemplo, no caso <strong>do</strong>s programas suplementares <strong>de</strong> educação, tais como<br />

os que preveem o fornecimento <strong>de</strong> alimentação e transporte aos alunos,<br />

que, apesar <strong>de</strong> indissociáveis <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> direito subjetivo, não integram<br />

seu núcleo essencial e po<strong>de</strong>m ser pon<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s no caso concreto.<br />

Um argumento constantemente utiliza<strong>do</strong> para rebater a atuação<br />

judicial, a construção teórica da “reserva <strong>do</strong> possível” originou-se<br />

na Alemanha, aproximadamente nos anos <strong>de</strong> 1970. Conforme esta<br />

noção, a efetivida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s direitos fundamentais sociais é limitada pela<br />

reserva das capacida<strong>de</strong>s financeiras <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

Ocorre que há diversos casos concretos em que o titular <strong>do</strong> direito<br />

fundamental recorre ao Judiciário com o fito <strong>de</strong> ter sua pretensão<br />

material satisfeita. Desta feita, o conflito fica a cargo <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>cisão<br />

judicial, o que aponta a uma questão assaz <strong>de</strong>licada, inauguran<strong>do</strong><br />

a colisão <strong>de</strong> diversos princípios, como o princípio da separação <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>res versus o princípio da inafastabilida<strong>de</strong> da tutela jurisdicional.<br />

Na or<strong>de</strong>m constitucional brasileira, o direito à educação é <strong>de</strong>nsamente<br />

normatiza<strong>do</strong> pela Carta Magna, tamanha sua relevância,<br />

haven<strong>do</strong>, por exemplo, previsão <strong>de</strong> percentual orçamentário para a<br />

efetivação <strong>de</strong>sse direito, bem como regras <strong>de</strong> competência, previsão<br />

da criação <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s à educação, entre outros. Portanto, sen<strong>do</strong> o direito<br />

à educação fundamental, este é intangível e <strong>de</strong>ve ser assegura<strong>do</strong>,<br />

a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> quaisquer argumentos orçamentários.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!