04.01.2015 Views

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Críticas <strong>de</strong> Amartya Sen à teoria contratualista <strong>de</strong> John Rawls<br />

Luíza Kitzmann Krug<br />

Mestranda <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em Direito da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

<strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, Brasil. En<strong>de</strong>reço eletrônico: luizakrug@outlook.com.<br />

O presente trabalho avalia a a<strong>de</strong>quação da maneira como Amartya<br />

Sen reconstrói a teoria da justiça como equida<strong>de</strong> <strong>de</strong> John Rawls,<br />

bem como se as críticas a ela apresentadas são pertinentes, especialmente<br />

no que tange à substituição da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> bens primários, presente<br />

no princípio da diferença, pela abordagem baseada nas capacitações,<br />

elemento central à i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> justiça <strong>de</strong> Sen e principal ponto <strong>de</strong><br />

inflexão entre a sua teoria e a <strong>de</strong> Rawls.<br />

Na obra The I<strong>de</strong>a of Justice (2009), Amartya Sen <strong>de</strong>senvolve uma<br />

teoria da justiça que visa aprimorar a justiça e remover a injustiça, sem<br />

preocupar-se com a resolução <strong>de</strong> questões acerca da natureza <strong>de</strong> uma<br />

justiça perfeita. Diante disso, promove uma crítica à teoria da justiça<br />

<strong>de</strong> John Rawls, <strong>de</strong>senvolvida em obras como A Theory of Justice (1971)<br />

e Political Liberalism (1993). Segun<strong>do</strong> Sen, a teoria da justiça <strong>de</strong> Rawls<br />

funda-se em uma noção transcen<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> justiça, inaugurada por Thomas<br />

Hobbes e <strong>de</strong>senvolvida com base na i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> contrato social por<br />

autores como John Locke, Jean-Jacques Rousseau e Immanuel Kant.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma busca por instituições perfeitamente justas.<br />

Sen apresenta a i<strong>de</strong>ia da equida<strong>de</strong> (fairness) como fundacional à<br />

teoria da justiça <strong>de</strong> Rawls, sen<strong>do</strong>, em senti<strong>do</strong> amplo, uma exigência<br />

por imparcialida<strong>de</strong> <strong>de</strong>rivada da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> posição original (original position),<br />

a qual é, por sua vez, uma situação imaginária <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong><br />

primordial. Sob o véu <strong>de</strong> ignorância (veil of ignorance), que também<br />

consiste em uma situação imaginária <strong>de</strong> ignorância <strong>do</strong>s indivíduos a<br />

respeito <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, interesses e concepções <strong>de</strong> vida boa, são<br />

escolhi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma unânime os <strong>do</strong>is princípios <strong>de</strong> justiça, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong><br />

as instituições sociais básicas que governarão a socieda<strong>de</strong><br />

criada pelos membros da posição original.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!