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O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

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24 • I Congresso Internacional <strong>de</strong> Direito Constitucional e Filosofia Política<br />

Mainwaring e Shugart (1993: 204) para medir os po<strong>de</strong>res presi<strong>de</strong>nciais,<br />

quais sejam, po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> veto total, <strong>de</strong> veto parcial, <strong>de</strong> <strong>de</strong>creto, <strong>de</strong><br />

iniciativa legislativa exclusiva, <strong>de</strong> iniciativa orçamentaria e <strong>de</strong> proposta<br />

<strong>de</strong> referen<strong>do</strong>, - em que cada uma <strong>de</strong>ssas variáveis foi valorada <strong>de</strong> 0<br />

a 4, on<strong>de</strong> 0 seria consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um po<strong>de</strong>r fraco, e 4, um po<strong>de</strong>r muito<br />

forte -, chegou-se à conclusão <strong>de</strong> que essas novas Constituições acentuaram<br />

bastante os po<strong>de</strong>res legislativos <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte.<br />

O princípio da separação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res é o fundamento das <strong>de</strong>mocracias<br />

presi<strong>de</strong>ncialistas. O novo constitucionalismo latino-americano<br />

aceita e promove a mitigação <strong>de</strong>sse princípio sob a falsa justificativa<br />

<strong>de</strong> que através <strong>de</strong>sses referen<strong>do</strong>s promovi<strong>do</strong>s pelo Executivo se<br />

escutará a vonta<strong>de</strong> <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r constituinte. Contu<strong>do</strong>, é evi<strong>de</strong>nte que o<br />

po<strong>de</strong>r constituinte, ao eleger seus legisla<strong>do</strong>res, já está <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong><br />

sua vonta<strong>de</strong>, uma vez que o Parlamento é o representante direto <strong>do</strong>s<br />

cidadãos e, portanto, é ele quem <strong>de</strong>ve convocar a cidadania para <strong>de</strong>cidir<br />

a respeito <strong>de</strong> mudanças constitucionais, não o Presi<strong>de</strong>nte.<br />

A a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> mecanismos da <strong>de</strong>mocracia direta por uma Constituição<br />

<strong>de</strong>ve ser acompanhada por uma <strong>de</strong>scentralização <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r,<br />

não <strong>de</strong> uma concentração <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res em torno da figura presi<strong>de</strong>ncial.<br />

Dessa maneira, conclui-se que o novo constitucionalismo latino-americano<br />

reforça o hiperpresi<strong>de</strong>ncialismo característico das <strong>de</strong>mocracias<br />

populistas, uma vez que, ao promover o uso recorrente a instrumentos<br />

da <strong>de</strong>mocracia direta, busca, na realida<strong>de</strong>, legalizar a vonta<strong>de</strong><br />

soberana <strong>do</strong> lí<strong>de</strong>r através da apelação direta às massas.<br />

Os lí<strong>de</strong>res populistas sabem que suas iniciativas legislativas, em or<strong>de</strong>m<br />

a aumentar seu po<strong>de</strong>r, correriam o grave risco <strong>de</strong> não serem aprovadas<br />

pelo Congresso. É por isso que, apelar diretamente ao “povo” é a<br />

maneira perfeita e i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> ver sua vonta<strong>de</strong> soberana legitimada.

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