04.01.2015 Views

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

O Fututo do Constitucionalismo - Caderno de Resumos [2014][l]

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

450 • I Congresso Internacional <strong>de</strong> Direito Constitucional e Filosofia Política<br />

emocionalmente com as personagens, assumin<strong>do</strong> em gran<strong>de</strong> parte<br />

suas emoções, situa-se numa posição <strong>de</strong> especta<strong>do</strong>r – e não <strong>de</strong> ator<br />

– em relação aos acontecimentos. Por não estar pessoalmente envolvi<strong>do</strong>,<br />

po<strong>de</strong> razoavelmente avaliar os sentimentos suscita<strong>do</strong>s e eleger<br />

boas emoções como subsídios para as razões que fundamentam <strong>de</strong>cisões<br />

na esfera pública (NUSSBAUM, 1997).<br />

A neutralida<strong>de</strong> não implica exclusão absoluta das convicções<br />

morais ou religiosas <strong>do</strong> discurso político; ela apenas limita o uso <strong>de</strong>ssas<br />

convicções, rejeitan<strong>do</strong>-as como fundamento exclusivo das normas<br />

pertinentes à estrutura básica da socieda<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>vem ser fundamentadas<br />

em razões e valores políticos que to<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>riam, em<br />

princípio, aceitar (VITA, 2013). É <strong>de</strong>sejável que os cidadãos <strong>de</strong> uma<br />

socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática realmente internalizem as razões e valores políticos<br />

necessários para a convivência pacífica entre as diversas <strong>do</strong>utrinas<br />

abrangentes <strong>do</strong> bem. Nesse ponto, acredita-se que a experiência<br />

literária po<strong>de</strong> ser útil, pois ajuda a <strong>de</strong>senvolver cidadãos <strong>de</strong>mocráticos<br />

capazes <strong>de</strong> reconhecer o outro em sua plenitu<strong>de</strong>, e não apenas agir<br />

com indiferença em relação a ele.<br />

Referências bibliográficas<br />

CASQUETTE, Jesús. Liberalismo, cultura y neutralidad estatal. Signos<br />

Filosóficos, Iztapalapa v. III, n. 6, p. 59-83, 2001.<br />

NUSSBAUM, Martha. Justicia Poetica: la imaginación literaria y la vida<br />

pública. Barcelona: Editorial Andrés Bello, 1997. 183p.<br />

VITA, Álvaro <strong>de</strong>. Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática e tolerância liberal. Novos estud.<br />

– CEBRAP, São Paulo, n. 84, p. 61-81, 2009.<br />

Palavras-chave: Liberalismo; Neutralida<strong>de</strong>; Direito e Literatura.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!