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O Hypercluster da Economia do Mar.

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O desenvolvimento de apoios à navegação de recreio em Portugal, teve início bastante tarde. Em Lisboa,<br />

entre os anos 40 e 60 foram a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s as antigas <strong>do</strong>cas comerciais – Belém, Pedrouços e Santo Amaro –<br />

mais tarde, nos anos 70, foi construí<strong>da</strong> a <strong>Mar</strong>ina de Vilamoura, mas só no fim <strong>do</strong>s anos 80, com as<br />

Comemorações <strong>do</strong>s Descobrimentos, foi <strong>da</strong><strong>do</strong> um novo impulso a esta activi<strong>da</strong>de. Nessa altura (1988), a<br />

então Direcção-Geral de Portos (DGP) promoveu a elaboração de um “Plano Orienta<strong>do</strong>r de<br />

Desenvolvimento de Infra-estruturas e Apoio à Náutica de Recreio e Desporto”, que veio, posteriormente, a<br />

ser complementa<strong>do</strong> pelas orientações <strong>do</strong> “Livro Branco <strong>da</strong> Política <strong>Mar</strong>ítimo-Portuária rumo ao séc. XXI”,<br />

publica<strong>do</strong> em 1997, onde se promovia a construção e equipamento <strong>da</strong> rede de portos de escala (apoio ou<br />

abrigo, porto intermédio e porto-base) considera<strong>do</strong>s fun<strong>da</strong>mentais para o estabelecimento <strong>da</strong> cadeia de<br />

abrigos e apoios à náutica de recreio.<br />

Na sequência <strong>do</strong> Plano Orienta<strong>do</strong>r vieram a ser construí<strong>da</strong>s algumas marinas, bem como vários portos e<br />

núcleos de recreio, muitos destes localiza<strong>do</strong>s em áreas portuárias e frentes ribeirinhas. To<strong>da</strong>via, o facto de<br />

existirem diversos tipos de iniciativas – de promotores priva<strong>do</strong>s, mas também <strong>da</strong> Administração Central<br />

(Instituto <strong>Mar</strong>ítimo Portuário e Administrações e Institutos Portuários) e Municipal –, levou a que as<br />

localizações escolhi<strong>da</strong>s assumissem um carácter voluntarista, sem que fosse <strong>da</strong><strong>da</strong> forma à cadeia de apoios<br />

e assegura<strong>da</strong> a necessária complementari<strong>da</strong>de entre infra-estruturas e instalações, verifican<strong>do</strong>-se mesmo<br />

que algumas iniciativas públicas, ditas de cariz “social”, poderão vir a por em risco a rentabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />

necessárias intervenções priva<strong>da</strong>s.<br />

A falta de infra-estruturas e instalações portuárias de apoio específico às activi<strong>da</strong>des náuticas de recreio e<br />

turismo em Portugal, sobretu<strong>do</strong> que possam oferecer condições adequa<strong>da</strong>s ao abrigo <strong>da</strong>s embarcações e<br />

<strong>da</strong>s tripulações, bem como a carência de postos de estacionamento a seco devi<strong>da</strong>mente equipa<strong>do</strong>s e<br />

ordena<strong>do</strong>s, e falta de meios para a alagem de embarcações são factores que retraem a procura, com<br />

reflexos negativos na oferta e no associativismo: são conheci<strong>da</strong>s as dificul<strong>da</strong>des que se enfrentam na<br />

maioria <strong>do</strong>s portos portugueses, quer na obtenção de um lugar fixo de estacionamento, quer as relaciona<strong>da</strong>s<br />

com o estacionamento temporário.<br />

Para além disso, a burocracia existente é outro factor que retrai a procura: dificul<strong>da</strong>de em obter um lugar fixo<br />

de estacionamento, ou no estacionamento <strong>da</strong> frota visitante, obrigação de submeter os <strong>do</strong>cumentos a três<br />

administrações diferentes no caso de frota estrangeira (autori<strong>da</strong>de marítima que identifica o barco, Serviço<br />

de Estrangeiros e Fronteiras que identifica a tripulação e procede a formali<strong>da</strong>des de fronteira, Alfândega que<br />

controla as importações extra-UE), excesso de formali<strong>da</strong>des burocráticas de inscrição.<br />

No entanto, mesmo sem existirem condições aceitáveis para o apoio a estas activi<strong>da</strong>des, os indica<strong>do</strong>res<br />

disponíveis apontam para uma forte procura de náutica de recreio, tanto em resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> crescimento <strong>do</strong><br />

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O <strong>Hypercluster</strong> <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong><br />

Relatório Final | 17.Fevereiro.2009

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