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O Hypercluster da Economia do Mar.

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A distinção entre o realismo <strong>do</strong> pensamento estratégico e a dimensão valorativa <strong>do</strong> pensamento<br />

programático é mais importante nos tempos de instabili<strong>da</strong>de e de mu<strong>da</strong>nça. Esta é uma distinção crucial no<br />

presente.<br />

Em tempos de mu<strong>da</strong>nça, a motivação que é estrutura<strong>da</strong> em função <strong>do</strong>s valores <strong>da</strong>s propostas programáticas<br />

e <strong>da</strong>s soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>des ideológicas pode justificar a mobilização emocional <strong>do</strong>s grupos sociais, mas terá<br />

dificul<strong>da</strong>de em identificar naquilo que está a mu<strong>da</strong>r o que são as oportuni<strong>da</strong>des e o que são as ameaças, na<br />

medi<strong>da</strong> em que as construções ideológicas e os valores foram forma<strong>do</strong>s nos contextos <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> que essa<br />

mu<strong>da</strong>nça está a alterar. As oportuni<strong>da</strong>des e as ameaças nos contextos <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> e nos contextos <strong>do</strong><br />

futuro, no que se conhece e no que vai ser diferente, não são idênticas – mas os indivíduos e os grupos<br />

sociais tendem a <strong>da</strong>r mais importância ao que identificam como oportuni<strong>da</strong>des e como ameaças no que já<br />

conhecem <strong>do</strong> que ao que lhes for apresenta<strong>do</strong> como oportuni<strong>da</strong>des e ameaças num futuro que ain<strong>da</strong> não<br />

conhecem, que não sabem se lhes vai ser favorável ou desfavorável.<br />

Os tempos actuais são tempos de mu<strong>da</strong>nça e de instabili<strong>da</strong>de, o que significa que são muito mais tempos de<br />

estratégia <strong>do</strong> que tempos de programa, são muito mais tempos <strong>do</strong> real <strong>do</strong> que tempos <strong>do</strong> ideal, são muito<br />

mais tempos de observação <strong>da</strong>s diferenças <strong>do</strong> que tempos de reprodução <strong>do</strong> que já se conhece.<br />

Nos perío<strong>do</strong>s, como é o presente, em que a incerteza for eleva<strong>da</strong>, a produção estratégica é anterior aos<br />

programas que definem as políticas públicas e tem priori<strong>da</strong>de em relação às fórmulas <strong>do</strong>utrinárias e<br />

ideológicas, na medi<strong>da</strong> em que é preciso estabelecer o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> que é novo para que os programas<br />

políticos sejam realiza<strong>do</strong>s e para que as <strong>do</strong>utrinas e as ideologias sejam submeti<strong>da</strong>s ao teste <strong>da</strong><br />

concretização.<br />

Factores de dimensão e procura<br />

Na sua acepção mais comum, a estratégia é o mo<strong>do</strong> como se usam os meios para realizar os objectivos de<br />

uma política ou de uma acção.<br />

Uma outra acepção de estratégia reconhece que to<strong>do</strong>s os campos de acção são susceptíveis de serem<br />

conflituais ou competitivos, isto é, de terem diversos protagonistas ou diversas plataformas de interesses e<br />

de poderes, ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s quais procura realizar os seus objectivos num sistema de concorrência, dentro de<br />

normas estabeleci<strong>da</strong>s ou em antagonismo e conflituali<strong>da</strong>de. Neste caso, a estratégia é formula<strong>da</strong> em função<br />

<strong>do</strong> confronto destas vontades, reconhecen<strong>do</strong> que há sempre o risco de a conflituali<strong>da</strong>de ser conduzi<strong>da</strong> aos<br />

extremos <strong>da</strong> violência e <strong>da</strong> guerra. Estas duas acepções <strong>da</strong> estratégia não se opõem, mas correspondem a<br />

O <strong>Hypercluster</strong> <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong><br />

Relatório Final | 17.Fevereiro.2009<br />

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