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O Hypercluster da Economia do Mar.

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alteração <strong>da</strong> definição <strong>do</strong> espaço económico e obriga a reformular os tradicionais dispositivos de regulação,<br />

cuja eficácia se altera e, nalguns casos, deixa mesmo de existir, porque já não têm efeito na dimensão<br />

global.<br />

Antes de ser uma ruptura na visão <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e nos quadros teóricos que são usa<strong>do</strong>s para identificar o que é<br />

este novo campo de possibili<strong>da</strong>des, o terceiro padrão de modernização provocou uma ruptura nas condições<br />

de acção, com o efeito inespera<strong>do</strong> de ter desencadea<strong>do</strong> uma dinâmica que tem revela<strong>do</strong> ser mais rápi<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

que o processo de interpretação dessa dinâmica. Como em outros perío<strong>do</strong>s críticos <strong>da</strong> História, a reali<strong>da</strong>de<br />

é mais rápi<strong>da</strong> <strong>do</strong> que a teoria que interpreta esse movimento e essa aceleração – o que, em termos práticos,<br />

significa que essa evolução está a acontecer sem que haja uma efectiva regulação e um controlo eficaz.<br />

Esta reali<strong>da</strong>de contraria o discurso político corrente, que se apresenta à socie<strong>da</strong>de como dispon<strong>do</strong> de to<strong>da</strong>s<br />

as condições necessárias para a construção <strong>do</strong> futuro de acor<strong>do</strong> com propostas e programações formula<strong>da</strong>s<br />

no passa<strong>do</strong> e legitima<strong>da</strong>s pelos eleitora<strong>do</strong>s. A resolução desta contradição entre o que é a reali<strong>da</strong>de e o que<br />

é o discurso político sobre essa reali<strong>da</strong>de, vai manifestar-se na série de crises que ocorrem nas socie<strong>da</strong>des<br />

mais evoluí<strong>da</strong>s, na medi<strong>da</strong> em que são estas as que mais são atingi<strong>da</strong>s pela transição para um padrão de<br />

modernização que não é a evolução natural <strong>do</strong>s padrões de modernização que antes eram <strong>do</strong>minantes.<br />

É uma ruptura que não existe apenas em relação ao que era a economia nacional, com as suas práticas<br />

experimenta<strong>da</strong>s de regulação <strong>da</strong>s relações económicas a partir <strong>do</strong> poder político nacional, ou ao que eram<br />

os espaços regionais coordena<strong>do</strong>s por dispositivos de regulação comuns, cujas condições de aplicação e<br />

cujas eficácias sofrem alterações profun<strong>da</strong>s e geram o problema novo de descobrir como manter activas<br />

teorias que foram formula<strong>da</strong>s para espaços de menor dimensão e para sistemas de relações menos<br />

complexos. Esta ruptura também se reflecte na articulação entre as diversas economias e entre os diversos<br />

espaços económicos regionais, com alteração <strong>da</strong>s hierarquias anteriores de poder económico e de<br />

potenciais de crescimento, a que se associa uma mu<strong>da</strong>nça, igualmente radical, nas relações de<br />

dependência que são cria<strong>da</strong>s pelos novos fluxos de produtos e de capitais.<br />

A mobili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s produtos, <strong>do</strong>s serviços, <strong>do</strong>s capitais e <strong>da</strong>s pessoas materializa-se agora no espaço global,<br />

mas continua a existir um espaço local que é origem <strong>do</strong>s centros de interesses e de racionalizações que<br />

desencadeiam e coordenam esses movimentos. Estes centros de interesses e de racionalizações não<br />

perderam a sua identi<strong>da</strong>de originária e as relações de leal<strong>da</strong>de a esse espaço nacional ou regional mas, ao<br />

mesmo tempo, são esses mesmos centros de interesses e de racionalizações que, para defenderem a sua<br />

viabili<strong>da</strong>de, têm de pôr em causa os interesses <strong>do</strong>s poderes políticos e <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des em que se formaram.<br />

É esta coexistência, muitas vezes contraditória, <strong>do</strong> global com o local que aumenta a complexi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> novo<br />

sistema de relações relevantes. Nas dinâmicas e comportamentos locais, persiste a referenciação aos<br />

O <strong>Hypercluster</strong> <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong><br />

Relatório Final | 17.Fevereiro.2009<br />

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