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O Hypercluster da Economia do Mar.

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poder e na formação de redes de clientelas dependentes seja transforma<strong>da</strong> numa cultura política<br />

valorizan<strong>do</strong> o longo prazo, reconhecen<strong>do</strong> a importância <strong>da</strong>s interrelações entre as diversas activi<strong>da</strong>des e os<br />

diversos grupos sociais e usan<strong>do</strong> como condições de racionalização, de regulação e de decisão a satisfação<br />

<strong>da</strong>s normas <strong>da</strong> viabili<strong>da</strong>de competitiva <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong>des e <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de a longo prazo <strong>do</strong>s objectivos<br />

selecciona<strong>do</strong>s. Este pressuposto básico não é excessivo nem se coloca na perspectiva <strong>do</strong> tempo longo<br />

apesar de incidir sobre a dimensão cultural. To<strong>da</strong>s as experiências recentes de modernização rápi<strong>da</strong> – na<br />

Irlan<strong>da</strong>, na Ásia Oriental e na Índia, na Rússia e na Europa de Leste – foram caracteriza<strong>da</strong>s por mu<strong>da</strong>nças<br />

<strong>da</strong> cultura política, realiza<strong>da</strong>s em perío<strong>do</strong>s inferiores a uma déca<strong>da</strong> apesar de terem uma grande intensi<strong>da</strong>de<br />

e de envolverem grandes volumes de população. Em to<strong>do</strong>s estes casos, sem excepção, é a mu<strong>da</strong>nça nas<br />

linhas de orientação <strong>da</strong> direcção política (ain<strong>da</strong> que envolven<strong>do</strong>, na maioria <strong>do</strong>s casos, a mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong><br />

composição <strong>da</strong> elite política) que funciona como detona<strong>do</strong>r <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> cultura política <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de.<br />

As vocações competitivas<br />

O segun<strong>do</strong> critério a satisfazer para que seja possível um cenário de afirmação está na identificação <strong>do</strong> que<br />

são as vocações competitivas em que se justifica aplicar os recursos existentes com expectativa razoável de<br />

se obter um retorno adequa<strong>do</strong> em termos de volume de emprego, de remunerações e de efeito de<br />

modernização. Os Esta<strong>do</strong>s não são a plataforma adequa<strong>da</strong> para fazer esta selecção de vocações (as suas<br />

instituições e organismos são mais eficientes a gerir a função de distribuição ou a estabelecer as condições<br />

de regulação <strong>do</strong> que a gerir funções produtivas) e os responsáveis políticos, mesmo conhecen<strong>do</strong> bem as<br />

características <strong>da</strong> sua socie<strong>da</strong>de, também não se têm revela<strong>do</strong>, ao longo <strong>da</strong> história e nas mais diversas<br />

socie<strong>da</strong>des, os mais eficazes agentes de inovação empresarial (a facili<strong>da</strong>de com que decidem apropriar<br />

recursos e a sua dependência de redes de interesses não os prepara para desenvolver iniciativas<br />

empresariais em condições competitivas e sem proteccionismos políticos). Mas tanto o Esta<strong>do</strong> como os<br />

responsáveis políticos não podem deixar de procurar criar as condições de enquadramento e de infraestruturas<br />

em que as vocações competitivas encontrem os meios necessários para concretizar essas<br />

oportuni<strong>da</strong>des, pois se o não fizeram condenam-se, e condenam Portugal, ao cenário <strong>da</strong> continui<strong>da</strong>de e<br />

definhamento.<br />

Com a passagem <strong>do</strong> padrão <strong>da</strong> economia nacional para o padrão <strong>da</strong> globalização competitiva, como já se<br />

tinha inicia<strong>do</strong> na fase intermédia <strong>do</strong> padrão <strong>da</strong> integração em espaços económicos regionais, evoluiu-se <strong>do</strong><br />

modelo <strong>da</strong> economia completa, com representação de to<strong>do</strong>s os sectores na escala adequa<strong>da</strong> à dimensão <strong>do</strong><br />

merca<strong>do</strong> nacional, para o modelo <strong>da</strong> economia de sectores, que obedece a uma selecção em função <strong>da</strong><br />

competitivi<strong>da</strong>de decorrente <strong>da</strong>s comparações de produtivi<strong>da</strong>de em economias abertas. Esta mu<strong>da</strong>nça de<br />

modelos já se tinha inicia<strong>do</strong> na fase intermédia <strong>do</strong> padrão de integração em espaços económicos regionais e<br />

nas negociações mundiais de liber<strong>da</strong>de <strong>do</strong> comércio, mas a globalização acelerou essa dinâmica, alteran<strong>do</strong>-<br />

O <strong>Hypercluster</strong> <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong><br />

Relatório Final | 17.Fevereiro.2009<br />

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