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O Hypercluster da Economia do Mar.

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De entre a explanação razoavelmente desenvolvi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Parte I, consideramos útil retomar, como peçasmestras<br />

<strong>da</strong> estratégia proposta as quatro que a seguir se apresentam.<br />

Em 1º lugar, o peso <strong>da</strong> visão de contexto de descontinui<strong>da</strong>de na economia portuguesa, sublinhan<strong>do</strong> que é<br />

absolutamente irrelevante tentar projectar, para o futuro, as leituras, as atitudes, os objectivos, os mo<strong>do</strong>s de<br />

actuação <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> – e, por maioria de razão, a estultícia, face à dureza <strong>do</strong>s desafios, <strong>do</strong>s raciocínios e <strong>da</strong><br />

pequenez <strong>da</strong> actuação de boa parte <strong>do</strong>s actores na vi<strong>da</strong> portuguesa.<br />

Em 2º lugar, a nova reali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> articulação prática <strong>do</strong>s conceitos teóricos de economia<br />

completa/economia de sectores. Trata-se de compreender que perdeu efectivi<strong>da</strong>de o conceito, durante<br />

déca<strong>da</strong>s (até mea<strong>do</strong>s <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 80 <strong>do</strong> séc.XX) aceite, de que a reali<strong>da</strong>de e a política económicas se<br />

referiam a uma economia, de um determina<strong>do</strong> país, um Esta<strong>do</strong>-nação e que, como tal, deveria <strong>da</strong>r<br />

priori<strong>da</strong>de, no seu interior, a to<strong>do</strong>s os componentes estruturais ao nível <strong>do</strong>s sectores, mesmo que em<br />

miniatura roçan<strong>do</strong> o ridículo, <strong>do</strong> ponto de vista técnico. Na economia actual, nos começos <strong>do</strong> séc.XXI, a<br />

pressão <strong>da</strong> globalização competitiva sobre to<strong>da</strong>s as economias é tal que a lógica matricial <strong>da</strong> política<br />

económica e <strong>da</strong> acção <strong>da</strong>s empresas veio altera<strong>da</strong> de-alto-a-baixo: apenas é possível manter padrões<br />

competitivos afectan<strong>do</strong> os recursos e as energias para sectores, inseri<strong>do</strong>s na economia global – e não já na<br />

plenitude <strong>da</strong> dispersão pelo leque <strong>da</strong> economia completa (impossível de manter em termos competitivos<br />

globais).<br />

Em 3º lugar, a noção de <strong>do</strong>mínio de potencial estratégico. Resume-se em duas palavras:<br />

de um la<strong>do</strong>, para exprimir que se trata <strong>da</strong>queles conjuntos articula<strong>do</strong>s de activi<strong>da</strong>des que<br />

preenchem <strong>do</strong>is requisitos: a) estarem presentes na economia portuguesa com alguma relevância; e<br />

b) poderem contribuir, significativamente, para o preenchimento <strong>do</strong> gap estratégico, ao longo <strong>do</strong><br />

1º Q.XXI, dentre o cenário (aspiracional) de afirmação e o cenário (espontâneo) de definhamento;<br />

de outro la<strong>do</strong> (e pelos motivos constantes <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> anterior), este conceito constitui a própria<br />

razão de ser de to<strong>do</strong> o presente trabalho e, por maioria de razão, <strong>da</strong> estratégia e <strong>do</strong> plano de acção<br />

apresenta<strong>do</strong>s.<br />

Em 4º lugar, a compreensão de os oceanos como factor estratégico global no séc. XXI. Trata-se de um<br />

<strong>do</strong>s mais importantes aspectos de to<strong>da</strong> a economia <strong>do</strong> mar, na actuali<strong>da</strong>de: não há, presentemente,<br />

qualquer dúvi<strong>da</strong> quanto ao facto de que, <strong>do</strong> ponto de vista científico, geopolítico, militar e económico, os<br />

oceanos constituem, certamente, a “última fronteira” <strong>do</strong> planeta mas, também e para além, a principal fonte<br />

de riqueza e poder, ain<strong>da</strong> por explorar na sua plenitude. O mesmo é dizer: um factor estratégico de primeira<br />

relevância, face ao qual o posicionamento de ca<strong>da</strong> Esta<strong>do</strong> ribeirinho assume o estatuto de questão<br />

O <strong>Hypercluster</strong> <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong><br />

Relatório Final | 17.Fevereiro.2009<br />

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