16.03.2013 Views

O Hypercluster da Economia do Mar.

O Hypercluster da Economia do Mar.

O Hypercluster da Economia do Mar.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

tanto mais que arriscaram em emigrar – aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong> voluntariamente os seus estilos de vi<strong>da</strong> basea<strong>do</strong>s na<br />

subsistência e na estabili<strong>da</strong>de social/cultural – e estão, gradual ou rapi<strong>da</strong>mente, a sentir os seus<br />

rendimentos a subir. Mesmo que os aumentos <strong>da</strong> riqueza produzi<strong>da</strong> não sejam equitativos (nunca o foram<br />

na História), taxas de crescimento de <strong>do</strong>is dígitos por um perío<strong>do</strong> que vem cerca <strong>do</strong> início deste milénio,<br />

correspondem, necessariamente, a que muitas centenas milhões de pessoas, desloca<strong>da</strong>s, tenham<br />

começa<strong>do</strong> já a sentir melhorias no seu bem-estar material e anseiem por prosseguir essas melhorias. Não<br />

haven<strong>do</strong> evidência histórica que nos possa dizer por quanto tempo e como se processará este<br />

desenvolvimento, devemos tentar trabalhar sobre os desafios que ele levanta, nomea<strong>da</strong>mente, no <strong>do</strong>mínio<br />

que aqui nos importa que são as activi<strong>da</strong>des alimentares, em particular, as relaciona<strong>da</strong>s com o peixe.<br />

De facto, será viável alimentar tanta gente, com critérios quantitativos <strong>da</strong>s economias mais desenvolvi<strong>da</strong>s?<br />

Mesmo sem se atingir os critérios quantitativos, trabalhan<strong>do</strong> apenas com os “necessários” à sobrevivência,<br />

não poderá haver tensões inflacionistas por razões de deslocação <strong>da</strong> procura, menor produção de<br />

subsistência ou desvio de solos para outro tipo de produções (como, recentemente, os biocombustíveis) ou,<br />

ain<strong>da</strong>, dificul<strong>da</strong>des na oferta por motivos de alterações climáticas, que dificultem o acesso <strong>da</strong>s populações<br />

em muitas regiões <strong>do</strong> globo ao necessário à sua sobrevivência?<br />

Contu<strong>do</strong>, as questões não se põem só ao nível <strong>da</strong> sobrevivência ou quanti<strong>da</strong>de. Nas socie<strong>da</strong>des mais<br />

desenvolvi<strong>da</strong>s ou, melhor, nos estratos sociais <strong>do</strong> planeta com níveis eleva<strong>do</strong>s de rendimento e crescente<br />

consciência de dietas alimentares “sãs”, além de quererem usufruir mais ou menos ocasionalmente de<br />

experiências culturais culinárias (que existem também e crescem nas economias emergentes), as questões<br />

passam a ser também de ordem qualitativa. Mas estes estratos sociais estão em crescen<strong>do</strong>, pelo menos, na<br />

ordem de grandeza <strong>da</strong> taxa de crescimento económico.<br />

Não se trata apenas de produzir em termos alimentares mais para satisfazer as necessi<strong>da</strong>des crescentes<br />

duma população mundial também crescente. Crescentes níveis de rendimento tendem também a ditar uma<br />

melhoria <strong>da</strong> dieta alimentar nas populações. A proteína animal, seja na forma de carne, seja na forma de<br />

pesca<strong>do</strong>, ganha uma crescente quota na dieta <strong>da</strong>s populações. O consumo per capita de carne terá<br />

dispara<strong>do</strong> em estratos sociais asiáticos que atingiram níveis de rendimento que lhes proporcionam um<br />

acesso a uma dieta mais rica. A emulação de comportamentos proporciona<strong>da</strong> pela globalização <strong>do</strong>s media<br />

contribui naturalmente para o referi<strong>do</strong> desejo de uma dieta mais rica, desejo este que se converte com o<br />

passar <strong>do</strong> tempo em “necessi<strong>da</strong>de”.<br />

Adicionalmente, parte <strong>do</strong>s estratos populacionais <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>s que já se tinham habitua<strong>do</strong><br />

a dietas “ricas” vinham cultivan<strong>do</strong> a arte <strong>da</strong> culinária/cozinha, na<strong>da</strong> mais natural <strong>do</strong> que, após resolvi<strong>da</strong> a<br />

questão <strong>da</strong> sobrevivência, (re)começassem a cultivar os senti<strong>do</strong>s respeitantes à alimentação. As “iguarias”<br />

O <strong>Hypercluster</strong> <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong><br />

Relatório Final | 17.Fevereiro.2009<br />

227

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!