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O Hypercluster da Economia do Mar.

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Os resulta<strong>do</strong>s promissores obti<strong>do</strong>s entre 1985 e 1995 desvanecem-se na fase seguinte, de 1995 a 2008, e o<br />

passo crucial, que seria a integração no sistema <strong>da</strong> moe<strong>da</strong> única europeia, não vai gerar resulta<strong>do</strong>s<br />

favoráveis em termos de taxas de crescimento económico e em termos de motivação social para a<br />

modernização competitiva. Interpretar esta evolução desfavorável a partir <strong>da</strong>s decisões toma<strong>da</strong>s após 1995<br />

não será a opção analítica mais correcta, pois muitos factores anteriores a esta <strong>da</strong>ta são instrumentais para<br />

estes resulta<strong>do</strong>s. Não obstante, é justifica<strong>do</strong> considerar-se que é o erro na leitura <strong>do</strong> quadro de<br />

possibili<strong>da</strong>des cometi<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> momento em que se verifica a desci<strong>da</strong> <strong>da</strong> taxa de juro (por antecipação à<br />

participação de Portugal na moe<strong>da</strong> única europeia) que vai precipitar a verificação de que Portugal acumulou<br />

vulnerabili<strong>da</strong>des dentro <strong>do</strong> actual padrão de modernização e que tem no seu interior factores e relações que<br />

geram, de mo<strong>do</strong> automático, a acumulação de desequilíbrios que se interrelacionam de mo<strong>do</strong> negativo com<br />

as condições estratégicas <strong>do</strong> padrão de modernização <strong>da</strong> globalização competitiva.<br />

Cenário 1: continui<strong>da</strong>de e definhamento<br />

O cenário de continui<strong>da</strong>de é aquele que corresponde à evolução espontânea que tem vin<strong>do</strong> a ser segui<strong>da</strong><br />

pela socie<strong>da</strong>de portuguesa, sem qualquer esforço de correcção estratégica <strong>da</strong> trajectória já conheci<strong>da</strong> ou<br />

com esforços de correcção que são inconsequentes porque não incidem nos factores gera<strong>do</strong>res dessa<br />

trajectória. É uma continui<strong>da</strong>de que também é cumulativa, no senti<strong>do</strong> em que a repetição <strong>da</strong>s mesmas<br />

características, <strong>do</strong>s mesmos comportamentos e <strong>do</strong>s mesmos desequilíbrios consoli<strong>da</strong> as escolhas que têm<br />

si<strong>do</strong> feitas, até as tornar rotinas que ganham o estatuto <strong>do</strong> único caminho possível. É esta continui<strong>da</strong>de<br />

consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> que estabelece uma tendência de definhamento, de gradual, mas sistemática, per<strong>da</strong> de<br />

vitali<strong>da</strong>de, com acumulação de desequilíbrios (em especial, o que resulta <strong>da</strong> acumulação de endivi<strong>da</strong>mento)<br />

que impedem o arranque <strong>da</strong> recuperação e que anulam os efeitos <strong>do</strong>s estímulos ao crescimento e à<br />

modernização. Quanto mais se acentua o definhamento, mais se consoli<strong>da</strong> a continui<strong>da</strong>de porque não<br />

existem, nem se formam, recursos com capaci<strong>da</strong>de de mu<strong>da</strong>nça, de modernização e de competição.<br />

Esta continui<strong>da</strong>de e o consequente definhamento que reforça a continui<strong>da</strong>de, não aparecem apenas na<br />

economia, difundem-se para as outras dimensões de existência <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. A per<strong>da</strong> de motivação social<br />

é a consequência social <strong>da</strong> descrença no sistema político e nas instituições, a quem é atribuí<strong>da</strong> a<br />

responsabili<strong>da</strong>de pelo défice de orientação política e pela ocultação <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> real <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res de<br />

conjuntura. A elite política, por sua vez, foi perden<strong>do</strong> prestígio à medi<strong>da</strong> que os seus anúncios e as suas<br />

promessas não se concretizaram, mas desse bloqueamento não emergem alternativas renova<strong>do</strong>ras, antes<br />

se esbatem as diferenças programáticas até se ficar apenas com uma linha de orientação fatalista, aquela<br />

que é imposta pela força <strong>do</strong>s factos e pela lógica <strong>da</strong> inevitabili<strong>da</strong>de.<br />

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O <strong>Hypercluster</strong> <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong><br />

Relatório Final | 17.Fevereiro.2009

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