16.03.2013 Views

O Hypercluster da Economia do Mar.

O Hypercluster da Economia do Mar.

O Hypercluster da Economia do Mar.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

padrões e expectativas <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>, enquanto que os decisores que operam na dimensão global<br />

estabelecem as condições de viabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s suas activi<strong>da</strong>des em função <strong>da</strong> identificação <strong>da</strong>s crises que<br />

antecipam na dimensão local – e de que eles são protagonistas activos porque as suas deslocalizações no<br />

espaço global não podem deixar de gerar crises no espaço local de origem.<br />

Com o terceiro padrão de modernização, aparecem diferenças importantes em relação ao que se conhecia<br />

<strong>da</strong> evolução <strong>da</strong>s economias no passa<strong>do</strong>. Por um la<strong>do</strong>, a rapidez com que se processam estes movimentos é<br />

muito superior ao que acontecia no passa<strong>do</strong>, o que dificulta a condução política <strong>da</strong> a<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong>s<br />

economias e <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des aos efeitos destes movimentos e a sua adequa<strong>da</strong> regulação prudencial – em<br />

muitos casos, quan<strong>do</strong> finalmente se identificam as suas consequências, já não há na<strong>da</strong> de relevante para<br />

regular. Por outro la<strong>do</strong>, a experiência histórica <strong>da</strong>s diversas socie<strong>da</strong>des, que está incorpora<strong>da</strong> nos seus<br />

quadros culturais e nas suas visões <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, não se transfere para a interpretação <strong>do</strong> que é observa<strong>do</strong> no<br />

presente, o que aumenta a incerteza e a insegurança de quem tem de responder a mu<strong>da</strong>nças que não<br />

controla e que, nas áreas economicamente mais desenvolvi<strong>da</strong>s, efectivamente não deseja que ocorram,<br />

porque ameaça as suas posições adquiri<strong>da</strong>s – mas que é uma dinâmica já não pode interromper ou evitar,<br />

que tem de tentar controlar sem ter as teorias adequa<strong>da</strong>s para isso.<br />

Embora estas transições entre padrões de modernização precisem de um intervalo temporal de extensão<br />

variável para se concretizarem (mas o aumento <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de de circulação <strong>da</strong> informação e <strong>do</strong>s produtos<br />

reduz o tempo de transição, aumentan<strong>do</strong> a amplitude <strong>da</strong>s perturbações associa<strong>da</strong>s a estas mu<strong>da</strong>nças), o<br />

seu efeito geral traduz-se sempre em descontinui<strong>da</strong>des, na forma <strong>do</strong> fim de uma época e <strong>da</strong> passagem para<br />

uma nova época. Este corte pode não ser súbito, pode ter uma transição demora<strong>da</strong>, mas é sempre<br />

irreversível, porque não se voltará a um padrão de modernização que se tornou obsoleto, que foi supera<strong>do</strong><br />

por outro. É um processo complexo, constituí<strong>do</strong> por um grande número de pequenos movimentos ou<br />

acidentes, até que se consuma o corte que produz a irreversibili<strong>da</strong>de. É um processo que pode ser<br />

compara<strong>do</strong> ao efeito de ruptura que vai acontecen<strong>do</strong> em ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s filamentos que compõem uma cor<strong>da</strong>,<br />

até que o rompimento <strong>do</strong> último filamento revela a evidência de uma descontinui<strong>da</strong>de que não pode ser<br />

repara<strong>da</strong> – mas que, de facto, já se iniciara muito antes. Esta descontinui<strong>da</strong>de não acontece sem avisos<br />

prévios mas, se estes forem ignora<strong>do</strong>s, só o corte <strong>do</strong> último filamento tornará evidente o que há muito<br />

deveria ter si<strong>do</strong> previsto – quan<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> poderia haver correcção ou, pelo menos, preparação para as<br />

consequências dessa descontinui<strong>da</strong>de.<br />

56<br />

O <strong>Hypercluster</strong> <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong><br />

Relatório Final | 17.Fevereiro.2009

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!