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O Hypercluster da Economia do Mar.

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A situação em Portugal<br />

Em Portugal desde há muito que existe tradição na execução de obras marítimas. Existem relatos anteriores<br />

à fun<strong>da</strong>ção de Portugal que testemunham a relação com o mar <strong>do</strong>s povos que aqui habitavam e que fazem<br />

referência a ci<strong>da</strong>des e vilas com funções portuárias, quer relaciona<strong>da</strong>s com a activi<strong>da</strong>de comercial -<br />

entrepostos e portos de escala -, quer com a exploração <strong>do</strong>s recursos marinhos - o peixe, os moluscos, o sal<br />

e as algas.<br />

Mais tarde, as campanhas de conquista <strong>do</strong> país pelos primeiros reis, que se iniciaram no século XII, e o<br />

apoio <strong>do</strong>s cruza<strong>do</strong>s demonstraram que era importante dispor de zonas de abrigo para os navios que<br />

frequentavam as nossas costas. Mas foram o desenvolvimento <strong>do</strong> comércio com os países <strong>do</strong> Norte <strong>da</strong><br />

Europa - França, Inglaterra e Flandres -, as guerras “santas” e, sobretu<strong>do</strong> o desejo de descobrir novos<br />

territórios “além-mar”, que deram novo fôlego às ci<strong>da</strong>des portuárias.<br />

A necessi<strong>da</strong>de de navios para as frotas envolvi<strong>da</strong>s nas conquistas <strong>do</strong> Norte de África, e os<br />

empreendimentos de Henrique o Navega<strong>do</strong>r (séculos XIV a XVI), em especial a descoberta de novos<br />

territórios, designa<strong>da</strong>mente <strong>do</strong>s arquipélagos <strong>do</strong>s Açores e <strong>da</strong> Madeira, vieram desenvolver uma activi<strong>da</strong>de<br />

de construção naval que precisava de águas abriga<strong>da</strong>s. Assistiu-se assim ao desenvolvimento de estaleiros<br />

e zonas portuárias em inúmeros locais ao longo <strong>da</strong> nossa costa.<br />

Por fim, as ligações com as então províncias ultramarinas trouxeram uma importância acresci<strong>da</strong> à activi<strong>da</strong>de<br />

de construção portuária, tanto no continente como em to<strong>do</strong>s esses territórios, onde foram construí<strong>do</strong>s<br />

inúmeros portos e obras de abrigo necessários ao transporte de passageiros e merca<strong>do</strong>rias por via marítima.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, até mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> milénio passa<strong>do</strong>, Portugal viu o seu território litoral ser consideravelmente<br />

amplia<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> à deposição de sedimentos provoca<strong>do</strong>s essencialmente pelo desaparecimento <strong>da</strong> floresta<br />

(incêndios, designa<strong>da</strong>mente os associa<strong>do</strong>s às invasões e ocupação romanas, e pelo início de uma<br />

agricultura mais intensiva) e que deram origem a grande parte <strong>do</strong>s cordões dunares existentes no litoral<br />

português, à formação <strong>da</strong> ria de Aveiro e, sobretu<strong>do</strong> à ocupação destes novos territórios.<br />

Mas, sobretu<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong>s séculos XIX e XX, verificou-se o abran<strong>da</strong>mento e a redução exponencial <strong>da</strong><br />

quanti<strong>da</strong>de de sedimentos trazi<strong>da</strong> para o litoral, devi<strong>do</strong> em primeiro lugar à florestação de dunas costeiras e<br />

territórios <strong>do</strong> interior, depois à construção de aproveitamentos hidroagrícolas e hidroeléctricos, às obras de<br />

regularização <strong>do</strong>s cursos de água, à exploração de inertes nos rios, estuários, dunas e praias, dragagens e à<br />

necessi<strong>da</strong>de de ampliação, obrigan<strong>do</strong> a obras de protecção “exterior”, <strong>da</strong>s áreas portuárias. A drástica<br />

redução de sedimentos, que passou a ser insuficiente para alimentar a capaci<strong>da</strong>de de transporte <strong>da</strong> on<strong>da</strong>,<br />

260<br />

O <strong>Hypercluster</strong> <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong><br />

Relatório Final | 17.Fevereiro.2009

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