16.03.2013 Views

O Hypercluster da Economia do Mar.

O Hypercluster da Economia do Mar.

O Hypercluster da Economia do Mar.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Sujeita a uma crise de grande intensi<strong>da</strong>de, obriga<strong>da</strong> a reformular os produtos <strong>do</strong> seu pensamento<br />

estratégico, a recuperação <strong>da</strong> economia portuguesa (no seu novo quadro de referência competitiva nos<br />

espaços ibérico, europeu e mundial), depende, em primeira linha, <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> como o poder político, que<br />

decide sobre as funções <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e sobre as políticas públicas, souber e quiser usar os recursos que<br />

controla para identificar o que são os sectores motores e para corrigir a falta de recursos próprios (de capital<br />

e de competências profissionais) <strong>da</strong>s empresas que podem operar nesses sectores estratégicos.<br />

To<strong>da</strong>s as economias emergentes bem sucedi<strong>da</strong>s apresentam como característica comum a articulação<br />

estreita entre o poder político e o poder económico, ain<strong>da</strong> que com formas concretas distintas. Esta<br />

articulação estreita entre o poder político e o poder económico para formar plataformas competitivas aparece<br />

assim, no contexto estratégico <strong>da</strong> globalização competitiva, a favorecer empresas e preencher as lacunas no<br />

sistema de interrelações sectoriais, no contexto estratégico <strong>da</strong> economia nacional. Também é uma nova<br />

articulação entre política, economia e socie<strong>da</strong>de, estan<strong>do</strong> aqui a condição <strong>da</strong> a<strong>da</strong>ptação às novas<br />

oportuni<strong>da</strong>des e às novas ameaças que caracterizam a globalização competitiva, como esteve nessa<br />

mesma relação triangular a condição de sucesso <strong>da</strong> expansão europeia inicia<strong>da</strong> há cinco séculos.<br />

A mu<strong>da</strong>nça <strong>do</strong> padrão de modernização induz uma nova relação entre o poder político e o poder económico,<br />

que retoma um tipo de articulação comparável com o que foi a relação entre estas duas dimensões <strong>do</strong> poder<br />

na época <strong>da</strong> expansão europeia, em especial nos casos de Portugal, Espanha e Holan<strong>da</strong>, quan<strong>do</strong> a decisão<br />

sobre a aplicação <strong>do</strong>s recursos era assumi<strong>da</strong> conjuntamente por agentes políticos e económicos. Apesar<br />

<strong>da</strong>s diferenças históricas, o que está em causa é a configuração <strong>do</strong> poder político em função <strong>do</strong> crescimento<br />

que se obtém pela via <strong>da</strong> economia – no passa<strong>do</strong> com a expansão territorial e o acesso a fontes de<br />

matérias-primas, agora com ocupação de posições no capital <strong>da</strong>s empresas e com penetração <strong>do</strong>s<br />

merca<strong>do</strong>s, incluin<strong>do</strong> o acesso a matérias-primas.<br />

Também na relação entre o poder político e a socie<strong>da</strong>de há uma alteração relevante quan<strong>do</strong> se passa para<br />

o padrão de modernização <strong>da</strong> globalização competitiva. O seu traço mais característico é a tolerância com<br />

as desigual<strong>da</strong>des sociais que separam os que operam nas activi<strong>da</strong>des económicas integra<strong>da</strong>s nos<br />

merca<strong>do</strong>s alarga<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s que continuam a trabalhar nos sectores tradicionais de merca<strong>do</strong> interno. Estas<br />

desigual<strong>da</strong>des sociais, que não são aceitáveis nos quadros culturais <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>s, são<br />

aceites nas socie<strong>da</strong>des emergentes enquanto estas tiverem altas taxas de crescimento – o que justifica o<br />

apoio que o poder político concede às empresas que tiverem maior potencial de modernização e de<br />

crescimento, pois a continui<strong>da</strong>de desse poder político depende <strong>da</strong> continui<strong>da</strong>de <strong>do</strong> crescimento. E mesmo<br />

os grupos sociais que são manti<strong>do</strong>s nas activi<strong>da</strong>des económicas tradicionais têm mais a ganhar com a<br />

290<br />

O <strong>Hypercluster</strong> <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong><br />

Relatório Final | 17.Fevereiro.2009

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!