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O Hypercluster da Economia do Mar.

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Nas últimas quatro déca<strong>da</strong>s encontram-se três padrões de modernização, ca<strong>da</strong> um associa<strong>do</strong> a uma<br />

delimitação específica <strong>do</strong> espaço económico e ca<strong>da</strong> um estabelecen<strong>do</strong> um mo<strong>do</strong> de regulação <strong>da</strong>s relações<br />

económicas que lhe é próprio – e nem a delimitação <strong>do</strong> espaço económico, nem o mo<strong>do</strong> de regulação<br />

passam de um padrão para outro.<br />

O mais antigo padrão de modernização é o <strong>da</strong> economia nacional, com o espaço económico delimita<strong>do</strong> por<br />

fronteiras, com barreiras proteccionistas administra<strong>da</strong>s pelo poder político, com identi<strong>da</strong>de cambial e com<br />

soberania na definição <strong>da</strong>s variáveis monetárias. Em alguns casos, como em Portugal, esta configuração de<br />

economia nacional tinha um prolongamento colonial, com os dispositivos de regulação subordina<strong>do</strong>s às<br />

determinações <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> central e com os projectos empresariais estabeleci<strong>do</strong>s na metrópole a integrarem<br />

os recursos e os merca<strong>do</strong>s coloniais dentro <strong>da</strong> sua área directa de influência.<br />

O padrão de modernização intermédio centra-se na dimensão regional e é caracteriza<strong>do</strong> pela existência de<br />

acor<strong>do</strong>s internacionais que articulam diversas economias nacionais no espaço regional, sen<strong>do</strong> aceites pelos<br />

Esta<strong>do</strong>s participantes normas comuns de liber<strong>da</strong>de de circulação de produtos, capitais, serviços e pessoas,<br />

poden<strong>do</strong> evoluir até à institucionalização de uma moe<strong>da</strong> e de uma política monetária comuns. Este padrão<br />

de modernização intermédio é uma extensão <strong>do</strong> primeiro por efeito <strong>da</strong> dimensão espacial <strong>da</strong> economia<br />

considera<strong>da</strong>: nos Esta<strong>do</strong>s nacionais de grande dimensão, de estrutura federativa ou estrutura<strong>do</strong>s em<br />

grandes províncias, estes <strong>do</strong>is padrões de modernização são idênticos. A transição entre estes <strong>do</strong>is padrões<br />

de modernização processa-se sem descontinui<strong>da</strong>des acentua<strong>da</strong>s, embora empresas e sectores que tinham<br />

a sua viabili<strong>da</strong>de dependente <strong>da</strong>s pautas alfandegárias encontrassem dificul<strong>da</strong>des de reconversão, como<br />

também as autori<strong>da</strong>des de regulação macroeconómica ficam confronta<strong>da</strong>s com relações mais complexas,<br />

sen<strong>do</strong> agora obriga<strong>da</strong>s a considerar um grau de incerteza superior ao que existia na dimensão nacional.<br />

O terceiro padrão de modernização, que é o relevante no presente e para o futuro, estabelece uma<br />

descontinui<strong>da</strong>de em relação aos <strong>do</strong>is anteriores, não resulta <strong>da</strong> sua evolução genética, não tem uma ligação<br />

com o padrão regional como este tinha em relação ao padrão nacional, embora seja o que lhes sucede na<br />

evolução histórica. Para quem opera no presente em que se está a consoli<strong>da</strong>r o padrão de modernização <strong>da</strong><br />

globalização competitiva, a continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong> linha <strong>do</strong> tempo e a necessi<strong>da</strong>de de continuarem a tomar<br />

decisões tendem a colocar em segun<strong>do</strong> plano a interpretação <strong>do</strong> que é novo ou, pelo menos, tendem a adiar<br />

a reflexão sobre essa novi<strong>da</strong>de para uma <strong>da</strong>ta futura em que seja menor a instabili<strong>da</strong>de e a incerteza.<br />

To<strong>da</strong>via, este adiamento na análise <strong>da</strong> dificul<strong>da</strong>de cria<strong>da</strong> pelo que é novo no padrão <strong>da</strong> globalização não é a<br />

atitude mais adequa<strong>da</strong>, porque não será a passagem <strong>do</strong> tempo que irá facilitar a resolução <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong>des<br />

cria<strong>da</strong>s pelo novo contexto. O padrão de modernização <strong>da</strong> globalização competitiva constitui uma ruptura<br />

profun<strong>da</strong>, uma descontinui<strong>da</strong>de, nos campos estratégicos <strong>da</strong> economia e <strong>da</strong> política, porque impõe a<br />

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O <strong>Hypercluster</strong> <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong><br />

Relatório Final | 17.Fevereiro.2009

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